Recebido da ex-Cmra. Lúcia
Lopes:
Confira a cronologia da história
da Varig
7 de maio de 1927: Nasce
a Viação Aérea Riograndense, operando a linha Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande
com um avião Atlântico.
1941: Presidente
da companhia desde sua fundação, Otto Ernst Meyer entrega o controle ao
primeiro funcionário, Ruben Berta, que a presidiu até morrer, em 1966.
1942: Já com a
denominação Varig, a empresa estabelece a primeira rota internacional, ligando
Porto Alegre a Montevidéu.
1945: Criação da
Fundação dos Funcionários da Varig, que em 1966 passou a chamar-se Fundação
Ruben Berta.
1965: Com a
falência da Panair, então a brasileira com maior malha internacional, a Varig
assume as linhas da ex-concorrente para a Europa.
1986: O plano
Cruzado congela os preços das passagens, mas não os custos das companhias
aéreas, que continuaram subindo.
1990: O
ex-presidente Fernando Collor de Mello abre o mercado da aviação nas rotas
internacionais. A partir deste momento, passaram a concorrer com a Varig neste
trajetos, a Vasp e a Transbrasil. O Governo permitiu, ainda, a entrada de novas
companhias estrangeiras para disputar este mercado, que obtiveram vantagens
para operar com preços e custos mais baixos, a partir da isenção de alguns
tributos (PIS/Confins). A Varig começa a apresentar prejuízo em seu balanço
financeiro.
1991: A Varig
buscou ampliar a sua frota, encomendando novas aeronaves para a Boeing. Começa
a Guerra do Golfo, causando alta do preço do petróleo e recessão no setor de
aviação. Ao fim de quatro anos, a indústria acumularia prejuízos de cerca de
US$ 20,4 bilhões.
1992: Os prejuízos
da Varig são agravados com a recessão causada pela Guerra do Golfo. Como
solução, a empresa vende aeronaves para bancos e empresas de leasing e passa a
pagar aluguel para utilizar os aviões.
1993: Varig inicia
processo de reestruturação.
1994: A empresa
termina a reformulação, tendo renegociado contratos e dispensado mais de 3 mil
funcionários. A companhia pleiteou preços mais baixos nos contratos de leasing
com empresas arrendatárias e suspendeu pagamentos por 60 dias. Além disso,
fechou 30 escritórios no exterior.
1999: Crise
cambial no governo Fernando Henrique Cardoso impacta negativamente os
resultados da empresa. A TAM, além de se transformar na principal concorrente
da Varig no mercado doméstico ao longo da década de 90, inicia suas operações
para o exterior.
2000: Criação da
Varig Log, que já nasce como a terceira maior empresa do grupo.
2001: A Gol entra
no mercado de aviação doméstico, acirrando a concorrência. Com os atentados de
11 de Setembro, que geraram para a indústria da aviação prejuízos de US$ 11,9
bilhões, as dívidas da Varig aumentaram.
2002: Fundação
Ruben Berta rejeita acordo com credores. O BNDES deixa de costurar uma saída
para a crise da companhia.
2003: Varig e TAM
assinam um memorando de intenções para se unirem e começam a compartilhar vôos.
A cogitada fusão, no entanto, não acontece. Varig perde a liderança do mercado
doméstico para a TAM.
2004: Varig e TAM
cobram a mesma tarifa em diversos trechos e chegam a propor a criação de uma
empresa gestora dos vôos compartilhados, idéia que também não foi levada a
cabo. A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) recomenda ao Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a suspensão do 'code-share' por
causar danos ao consumidor.
2005: Com o fim do
compartilhamento de vôos com a TAM, Varig cancela rotas. Gol ultrapassa a Varig
na participação no mercado doméstico em abril. Varig inicia negociação com a
TAP. Em 17 de junho, aérea entra com pedido à Justiça para que seja iniciado o
processo de recuperação judicial, mecanismo que substituiu a concordata, de
acordo com o que prevê a nova lei. Em novembro, a TAP e investidores
brasileiros formalizam compra das subsidiárias Varig Log e VEM, o que garante o
pagamento a credores internacionais. A Justiça de Nova York prorroga liminar
que impede a tomada de aviões da Varig por empresas de leasing dos EUA. Em
dezembro, a Fundação Rubem Berta (FRB) fecha acordo para transferir para Docas
Investimentos 67% das ações ordinárias da FRBPar, proprietária da Varig. A
Justiça do Rio suspende a operação por entender que a troca de controle da
FRBPar tem que passar pela aprovação dos credores. A FRB pede à Justiça do Rio
para a Varig sair da recuperação judicial, o que é negado. A Justiça afasta a
FRB da gestão da Varig. Credores aprovam, em assembléia, o plano de
reestruturação da companhia e rejeitam a oferta da Docas Investimentos.
2006 - Janeiro -
Chega-se à conclusão da venda da Varig Log e da VEM. Grupo TAP e Volo Brasil
(constituída pelo fundo Mattin Patterson e investidores brasileiros) assumem a
VEM e a Varig Log, respectivamente. A Justiça de Nova York prorroga liminar
favorável à Varig, que impediu a tomada de aviões por empresas de leasing dos
EUA.
Fevereiro -
Credores aprovam texto final do plano de recuperação judicial da Varig, que
prevê a criação de Fundos de Investimentos e Participação (FIPs), com o
objetivo de captar novos investidores e permitir a conversão de dívidas em
ações.
Abril - Os
credores aprovam a criação do Fundo de Investimento e Participação Controlador
(FIP Controle) e a indicação do Banco Brascan como gestor do fundo. Aprovam
ainda a escolha da Consultoria Alvarez & Marsal para conduzir o plano de
reestruturação da companhia. Varig pede mais prazo aos credores para pagar as
dívidas, por meio do Plano de Emergência elaborado pela Consultoria Alvarez
& Marsal, com a finalidade de sustentar o fluxo de caixa da empresa no
curto prazo, até julho/agosto, quando os FIPs estariam, de fato, funcionando. A
Varig Log oferece US$ 350 milhões pela empresa. Os credores rejeitam a
proposta. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não aprova acordo
operacional da Varig com a OceanAir, que previa fretamento de aviões por 90
dias em cidades do interior no Sul do país. A Secretaria de Previdência
Complementar (SPC) determina a intervenção e liquidação do Aerus, fundo de
previdência dos funcionários da Varig. A diretoria da Varig recomenda ao
Conselho de Administração que aceite nova proposta da Varig Log, no valor de
US$ 400 milhões. O consultor Jaime Toscano oferece US$ 1,9 bilhão pela três
empresas em recuperação judicial --Varig, Rio Sul e Nordeste--, mas não revela
quem são os investidores interessados na aquisição. A Justiça do Rio concede
uma liminar a uma empresa de leasing determinando que a Varig devolva uma
turbina. A Corte de Falências de Nova York estende até o fim de maio a liminar
que impede o arresto (apreensão) dos aviões da Varig por falta de pagamento.
Maio - A
assembléia de credores da Varig para aprovar propostas para a companhia, que
deveria ocorrer no dia 2, é adiada para para o dia 8, por falta de quórum.
Varig desvia avião para Porto Alegre e evita arresto de turbina. Justiça
derruba liminar que obrigava Varig a devolver turbina a norte americana G.A.
Telesis Turbine. A VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig,
retira sua proposta de US$ 400 milhões para compra da empresa. No dia 8,
assembléia de credores da Varig é adiada novamente, para o dia seguinte, por
excesso de quórum. Consultoria Alvarez & Marsal e TGV (Trabalhadores do
Grupo Varig) passam o dia e a noite reunidos e unem proposta. Em 9 de maio
credores aprovam em assembléia a proposta negociada entre a Alvarez &
Marsal e o TGV, que prevê dois modelos para o leilão de venda da companhia
--separada e integralmente-- que deverá ocorrem em 60 dias. Dias depois o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anuncia que poderá
emprestar até US$ 166,6 milhões para o investidor interessado em capitalizar a
Varig. Banco do Brasil também anuncia que pode financiar o investidor interessado
em capitalizar a Varig. Justiça diz que investidor que comprar a Varig não terá
que assumir as dívidas fiscais da companhia aérea. Três empresas protocolaram
pedidos para a liberação de um empréstimo-ponte do BNDES para ajudar a Varig. O
banco rejeita as propostas e anuncia que poderá financiar a empresa que vencer
o leilão de venda da Varig. A empresa de leasing Bristol retira o Boeing 777,
da Varig, em Nova York, que estava em manutenção no pátio da United Airlines,
no aeroporto John F. Kennedy. Em 29 de maio a Justiça anuncia a antecipação do
leilão da companhia aérea para 5 de junho. Varig publica edital de venda no dia
30 e no dia seguinte abre o 'data-room', sala virtual de informações
confidenciais sobre a empresa. O juiz Robert Drain, da Corte de Falências de
Nova York, adia para 13 de junho a audiência para a decisão sobre o arresto
(apreensão) dos bens da companhia nos Estados Unidos.
Junho - O TGV
arremata a companhia em leilão, mas ele é cancelado porque os investidores não
apresentam os recursos.
20 de julho de 2006 -
A empresa é arrematada em leilão pela VRG Linhas Aéreas por US$ 24 milhões. A
empresa pertence à VarigLog para participar do leilão pela VarigLog, que tem
participação no fundo Matlin Patterson.
Dezembro de 2006 -
A Nova Varig recebe a concessão para operar linhas aéreas. A companhia vive um
imbroglio com a Anac (Agência Nacional de Aviação) acerca da redistribuição de
rotas da companhia. A empresa sustenta que elas foram congeladas pela Justiça e
tenta manter os slots em Congonhas.
28 de março de 2007 - Gol
compra a Varig.
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