sábado, 24 de julho de 2010

O Guia Universal dos Povos será logo esquecido (pelo mundo).

Tenho dito e escrito que o atual presidente do Brasil será esquecido pelo mundo logo que saia da presidência. Acho até que muitos governantes atuais suspirarão aliviados.
O PT – Partido dos Trabalhadores, partido do atual presidente, inoculou na expressiva maioria da população a mentira de que ele, Lula, além de ser o melhor presidente que o continental país já teve, é muito querido pelos líderes mundiais; ele é tão bom que depois de sair da presidência do Brasil, só não será secretário-geral da ONU se não quiser…
O PT, a petralhada e os comentaristas do Brasil maior do mundo confundem os salamaleques protocolares e/ou os ‘galanteios’ de presidentes e primeiros-ministros com a verdadeira afeição ou admiração. Que nada! É a economia, estúpido! Ou como declarou o pajem Celso Amorim “negócio é negócio.”

Leia a seguir a crónica de Ricardo Costa, jornalista e enviado da SIC a Luanda para cobrir a cimeira da VIII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), publicada hoje, sábado, 24 de Julho de 2010, no semanário português “Expresso”. 


(Os Chefes de Estado de Angola, José Eduardo dos Santos, de Portugal, Cavaco Silva, de Moçambique, Armando Guebuza, de Cabo Verde, Pedro Pires, da Guiné Bissau, Malam Bacai Sanha, de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, e os representantes do Brasil e de Timor Leste assinaram uma Declaração.)


A pátria dele é uma língua qualquer
O português é um pormenor para a adesão da Guiné Equatorial à CPLP.
O que conta é o petróleo, e “negócio é negócio”, como dizem os brasileiros.
Esconder a ausência de direitos humanos também não será difícil.

Teodoro Obiang Nguema é um homem determinado. Matou o tio para chegar ao poder e resistiu à última tentativa de golpe de estado feita por mercenários no continente africano, em 2004. Sabe como ganhar dinheiro e a revista “Forbes” conta-o como oitavo governante mais rico do mundo. E agora está a ter explicações de português.
Determinado como é, mais ano, menos ano, falará português fluentemente, e não vai faltar dinheiro nem explicadores para convencer os poucos membros do clã Nguema/Mongomo, que domina a Guiné Equatorial desde a independência de Espanha, a falarem português. Esta semana Teodoro Obiang decretou que o português passava a ser a terceira língua oficial deste minúsculo país do golfo da Guiné. Como já tinha feito com o francês. Se for preciso adotar o Esperanto, Obiang não hesitará. Quando se quer limpar a imagem internacional, a língua é um pormenor.
Mais difícil será conseguir que os 633 mil habitantes do seu país falem português. Sobretudo os 60% da população que vivem com menos de um dóolar por dia, num dos países mais desiguais do mundo. Desde que descobriu petróleo e gás, que a Guiné Equatorial passou a estar na rota dos diplomatas. ‘Lula’, que anteontem (22 de Julho de 2010) chorou emocionado na televisão, não verteu uma lágrima quando aterrou em Malabo e deu apoio incondicional à adesão da Guiné Equatorial à CPLP. Celso Amorim, o MNE de Lula, resumiu bem a questão: “Negócio é negócio”.
‘Lula’ que gosta de dizer que cada país deve resolver os seus problemas (com exceção das Honduras, claro) não se preocupou com a fome, a pobreza, a corrupção ou a tortura quando aterrrou em Malabo, capital da Guiné Equatorial. O Brasil olha para a Guiné de uma forma simples: tem hidrocarbonetos, minas, estradas e estádios para fazer (o próximo campeonato africano de futebol é por lá) e uma posição geoestratégica fabulosa que permite ao Brasil sonhar com o domínio do Atlântico Sul.
E a língua portuguesa? É um detalhe. Enche-se a Guiné Equatorial de professores de português e Obiang trata do resto: convence o filho a vender a mansão de 35 milhões de dólares que comprou ao lado de Britney Spears em Malibu e a doar parte dos 110 milhões de dólares que desviou para o Riggs Bank em Washington. Depois, abdica da pena de morte, melhora ligeiramente a saúde do povo e doa lucros do petróleo às ONG. Habituem-se, Obiang vai ser visita habitual em Portugal.

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