segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Marcas da Muxagata

Muxagata - Vila Nova de Foz Côa, foto: Albano Nascimento

Acredito que o desenvolvimento da economia de um país deverá ser alimentado pelo futuro que soubermos imaginar para o nosso passado. Portugal é um relicário de deliciosas características endógenas que expressam a nossa identidade. Esta convicção, a da economia das pequenas diferenças, leva-me a viajar pelas marcas de Portugal com o prazer da urgência a que nos obriga o futuro.
Esta semana voltamos ao Norte, que me aquece as palavras com a lua cheia de sol de Outono e que me abre o apetite para provar o sabor da imaginação gastronómica. Em Famalicão, terra de carnes primorosas, fui surpreendido com costelas de sardinha; um desafio sem espinhas, de uma fantástica carne de peixe do mar, escalada, enfarinhada e frita pela capacidade de criar, para além do simples acto de alimentar. Em Trancoso, terra do Interior de um Portugal antigo, fui igualmente surpreendido por sardinhas. Desta vez eram doces da memória do extinto convento de Santa Clara: massa frita com chocolate por fora, doce de ovos por dentro e um imenso desejo de mar em forma de sardinha. Todos sabemos que se come muito bem em Portugal. Aquilo que não sabemos é como transformar os nossos segredos culinários em marcas-receitas de prosperidade para a nossa economia. Para criar as marcas do futuro é preciso continuar a cozinhar a imaginação para além do óbvio e ter uns bons tomates, grandes, como os da aldeia da Muxagata.
Carlos Coelho, Criador de Marcas, Presidente da Ivity Brand Corp, jornal "i", 27-09-2010

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