sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sexo depois das férias...


A ausência deveu-se às tão desejadas férias! Sim, aquelas que passamos o tempo a planear numa espera angustiante... Costumo muitas vezes dizer aos meus casais, que cansados da rotina se lamentam, que não há nada como umas férias para recarregar baterias e abrir horizontes em cenários mais inspiradores…
Estas férias, finalmente, tive a oportunidade de experimentar em primeira-mão uma realidade até agora desconhecida: a dificuldade que o casal tem em conquistar, durante este tempo, tempo só para si. Sabem quando dão um conselho a alguém e, de seguida, percebem que à vossa frente franzem as sobrancelhas ameaçando-os de não proferir tais considerações, porque a vida ainda não lhe deu experiência para tal?... Pois bem, foi isso que senti e que me fez escrever esta crónica que encerrará o Verão e que marca a correria desenfreada das famílias a casa e o regresso à escola dos mais novos…

Sem filhos, por enquanto, num destino onde a rede de telemóvel era quase inexistente e onde se adivinhava muita descontracção e muito tempo para amar… eis que me deparo com a parte mais novinha da família: os sobrinhos! Haverá algo mais maravilhoso que partilhar férias com os nossos sobrinhos e vingarmo-nos do pouco tempo    que temos para lhes apertarmos as bochechas e os enchermos de mimos? Não me parece… Na nossa casa os espaços eram quase comuns e confesso que aí percebi algumas das muitas queixas que os casais me fazem e que eu apenas conhecia das suas confissões... porque há coisas que não vêm necessariamente nos livros. De repente, dei por mim assolada pelo medo de ser descoberta, de fazer barulho, de ser surpreendida…
As crianças são maravilhosas e têm uma energia inesgotável em tempo de férias: adormecem muito tarde mas depois, milagrosamente, despertam ao cantar do primeiro galo, prontas para correr mundo! Devo por isso dizer que, entre noites até tarde e manhãs sonolentas, não encontrei neste retiro muito espaço para a entrega ao amor desenfreado... com os ímpetos bem controlados deixamos para nos entregar ao amor por outras paragens, em fugidas rápidas com desculpas esfarrapadas.
Descobri, portanto, que a próxima vez que eu sugerir umas férias para quebrar a rotina, vou deixar bem claro que tentem dedicar o máximo de tempo aos pequeninos, mas encontrem formas de terem os vossos momentos a sós, simplesmente porque nós não temos energia que chegue para ir para a farra e acordar às oito da manhã com eles aos pulos!
Vânia Beliz, revista "Sábado"

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