terça-feira, 30 de novembro de 2010

Consumistas sofrem uma recaída


Centro Comercial Colombo, foto: Miguel Silva/Público
Basta ter andado nos centros comerciais este fim de semana para perceber que estamos todos em recaída. Com tanto discurso sobre a crise, taxas de juros e FMI era suposto que fugíssemos como o diabo da Cruz das catedrais do consumo, mas basta fazer a primeira compra para, zás, voltar à dependência.
Como um alcoólico que não pode beber nem um golo, sob risco de deitar a cura a perder, também os viciados em compras, ou seja, quase todos nós, só têm uma forma de se manterem limpos: abster-se totalmente de pôr um pé que seja dentro de um shopping.
Os cientistas que investigaram a dependência das compras, citados pela Time, explicam que este fenómeno obedece às regras de qualquer outra dependência: procuramos que o prazer que o objecto comprado nos dá supere a dor que gastar dinheiro implica.
Este mecanismo, que põe prazer e dor nos pratos da balança, é aquele que nos impede de fazer compras idiotas, e nos ajuda a ter uma noção do preço certo daquilo que adquirimos. Mas as diferenças individuais são enormes, não só naquilo que o consumidor acha que vale a pena (para mim pode ser uma camisola, para si um bom vinho), mas também na dor emocional que sente ao gastar, e que resulta da educação, da experiência pessoal e das características de cada personalidade.
O pior, dizem os especialistas, é que o Natal dá uma desculpa fantástica aos que gostam de ir às compras, e reduz as inibições dos que, por princípio, não gostam de o fazer, já que comprar para oferecer a terceiros reduz a culpa, ou seja, o desprazer de gastar dinheiro.
Se lhe somarmos o facto de o pagamento por cartão de crédito ou transferência bancária doer muito menos do que pagar em notas, está explicado por que é que é tão fácil arruinarmo-nos nesta época. Se não quer acordar em Janeiro com uma ressaca monumental, encontre fontes alternativas de prazer, e deixe os cartões de crédito em casa. Boa sorte.
Isabel Stilwell, Destak, 29-11-2010

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