sábado, 27 de novembro de 2010

Jovem natural da Somália detido nos EUA quando julgava que ia cometer um atentado

As autoridades norte-americanas prenderam ontem um somali de 19 anos, naturalizado norte-americano, que tencionava fazer explodir um carro armadilhado quando fosse acesa a árvore de Natal em Portland, no estado de Oregon.
Segundo as autoridades, Mohamud já partilhava o conceito de jihad desde os 15 anos (Multnomah County Sheriff's Office/Reuters)

Mohamed Osman Mohamud foi detido às 17h40 locais de ontem (01h40 da manhã de hoje em Lisboa) depois de ter dedilhado num telemóvel os números que, segundo pensava, iriam fazer explodir uma carrinha cheia de explosivos.
No entanto, o que lá havia era apenas uma imitação de bombas, fornecidas por agentes secretos para testar a determinação daquele adolescente, que assim foi atraído a uma armadilha.
A chamada que o jovem fez apenas levou polícias federais e locais a deterem-no, sob a acusação de que estaria disposto a cometer um atentado durante uma cerimónia natalícia.
“Uma acção secreta fez malograr os seus esforços e garantiu que ninguém seria ferido”, disse o procurador-geral adjunto para questões de segurança nacional, David Kris.

“O público nunca esteve em perigo, mas este caso serve para mais uma vez recordar a necessidade de vigilância contínua, tanto no país como no estrangeiro”, acrescentou Kris.
Documentos da justiça federal demonstram que todo o esquema começou a ser montado em Agosto do ano passado, depois de um agente disfarçado ter sabido que Mohamud estivera em contacto com alguém que se encontrava no Noroeste do Paquistão.
O alegado cúmplice teria colocado o jovem em contacto com um segundo conspirador no estrangeiro, tendo-lhe avançado um nome e um e-mail que facilitariam a sua predisposição para cometer um atentado.
Nos meses que se seguiram, o rapaz teria feito diversas tentativas infrutíferas de contactar aquele que o ajudaria a ser bombista, até que um operacional do FBI o contactou por e-mail sob o disfarce de ser um associado do contacto paquistanês inicial.
Numa reunião que tiveram em Julho, Mohamud contou ao agente disfarçado que escrevera artigos para a “Jihad Recollections,” uma revista online que defende a violência contra os não-muçulmanos.
Mais tarde, Mohamed Osman Mohamud afirmou a operacionais do FBI que ele julgava que fossem simpatizantes da causa islamista ter identificado como alvo potencial a cerimónia anual do acender da árvore de Natal na Pioneer Courthouse Square, de Portland.
Os polícias disfarçados chamaram-lhe a atenção para a gravidade do plano, notando que haveria muitas crianças no local, tendo ele respondido que o que queria era que houvesse mesmo muita gente quando se fosse estrear como terrorista.
Mohamud, que segundo as autoridades já desde os 15 anos partilhava o conceito de “jihad”, ou guerra santa em nome da religião muçulmana, deverá comparecer segunda-feira em tribunal.
Jornal "Público", 27-11-2010

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