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A professora de Português
Não tenho a veleidade nem a capacidade de escrever autobiografia.
A professora de Português
Não tenho a veleidade nem a capacidade de escrever autobiografia.
A intenção está explícita no título: é um convite aos meus amigos e conhecidos a refletirem sobre a limitação dos nacionalismos e dos endeusamentos de figuras públicas, sejam elas políticas, pilotos de automóveis, jogadores de futebol… Por regra, o endeusamento destes é aproveitado pelos primeiros. E o povo inoculado com esses vírus acha-se o “melhor” e no melhor dos mundos, desqualifica e despreza os outros nacionais (na frente, é só para rir; por trás é o preconceito mesmo), isso quando não mata e morre pela “grandeza da Nação” – a que mata os seus de fome, de falta de saneamento básico, de balas perdidas ou nem tanto…
Morei em Luanda, Angola (até 1965): guerra civil, uns chamavam de terrorismo, outros, de guerra de independência…
Depois, no Porto, Portugal (de julho de 1965 a setembro de 1967): ditadura, PIDE, entregação e delação geral, tio comunista, primeiro amor...
Brazzaville, República Popular de Angola (de 1967 a março de 1972) : muitos discursos, discursavam todos os dias, marxista-leninista, socialismo científico, casamento…
Rio de Janeiro, Brasil (de 1972 a dezembro de 1979): ditadura, “deixe-o ou ame-o”, Amaral Neto, maior ponte do mundo, maior (.) do mundo, maior (..) do mundo… SNI, delação…
Lisboa, Portugal (Maio de 1974): a Revolução dos Cravos tinha acontecido há dias…
Lisboa, Portugal (de dezembro de 1979 a setembro de 1981): eleições gerais, Aliança Democrática, Comunistas, Maoístas, Trotquistas, Monárquicos… “estamos noutro planeta”, dizíamos entre nós, Guacyra Busmayer, Luiz Wagner Marson e eu…
Rio de Janeiro, Brasil (de outubro de 1981 a fevereiro de 2010): ditadura, SNI, entregação, democracia, caras pintadas, Guia Universal dos Povos, caras sumidas, desaparecidas… falência, roubo...
Hong-Kong, China (setembro de 1997): adorei!
Los Angeles, California, EUA (três curtíssimas estadas, em 1998, 1999 e 2000): gosto dos Estados Unidos.
Só isso.
Irei escrevendo reminiscências e recordações desses locais.
Ainda estou em Luanda.
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| A caminho de Fátima, 2002, foto: Jim Pereira |
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