quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A paupérrima educação no Brasil

Luciano de Moura

Recentemente, enquanto conversava com uma amiga, seu filho de 14 anos, pediu-me para ver as músicas que tenho armazenadas no celular. Consenti e continuei a conversa. De repente, o garoto virou-se para mim e perguntou: "Luciano, este tal de Beethoven canta o quê?" Eu não sabia se ria ou se saía correndo em pânico.
A juventude brasileira está completamente alienada. Não por não saber o que seja um concerto para piano e orquestra, ou se algum dia Beethoven gravou uma música funk. Basta uma conversa pelo MSN, para tomar-se uma espécie de choque, quando lê-se coisas do tipo: "nois fumo no baile da cidade!" A saúde pública no Brasil, que o sr. Lula da Silva afirmou "beirar a perfeição," está entregue às baratas, a segurança idem, mas com a "educação" que a juventude vem recebendo, não vai demorar muito, para tudo estar perdido. Irremediavelmente perdido. Enquanto isto, os srs. políticos brigam por pensões vitalícias, aumentos enormes em seus ganhos, e surrupiam o que podem, com mensalões, máfia de ambulâncias e uma infinidade de outros trambiques, patrocinados por grupos de facínoras espalhados pelo imenso país.
Lembrei-me de escrever este desabafo, quando vi o último movimento do concerto número 20, para piano e orquestra, de Mozart. Qualquer garoto do mundo civilizado, sabe do que se trata. Aqui, no caso, o solista e o maestro são um só, Friedrich Gulda. Um austríaco que faleceu no ano 2.000. Será que a nossa juventude um dia chegará lá? Ou simplesmente fará a pergunta morteiro/arrasa quarteirão: "Ele toca no Pancadão?"
Luciano de Moura
OBS. Srs. políticos, o futuro do Brasil está em vossas mãos. E não pertence somente a seus filhos, netos e agregados.

Friedrich Gulda playing last movement of mozart piano concerto n°20

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