terça-feira, 1 de março de 2011

A morte da flor do pântano

Luciano de Moura
Meus caros amigos, a decepção é igual a um tombo. A gente cai, sente-se atordoado, levanta e continua a andar. Mas nunca mais esquece.
Eu tinha esta moça, na mais alta conta. Quantas vezes, vi-me diante da televisão, ligada na TV Câmara, esperando a vez dela falar.
Luciana Genro
E ela falava bem, muito bem. Baixava o pau nos canalhas da república. O mensalão e os mensaleiros não tinham vez durante os seus bem articulados discursos.
O Lula e seus fariseus deviam morrer de arrependimento por tê-la expulsado do famigerado PT. "Ora bolas, pensava eu, que bom que esta menina saiu deste partido maldito. Nada tem a ver com ela. Ela é a própria flor do pântano. Não sabem o bem que lhe fizeram, libertando-a desta mancha negra."
E era de uma tal veemência que muitas vezes cheguei a sonhar: - Esta minha xará um dia ainda vai conseguir uma maneira de consertar este país. Nem conseguia acreditar que, apesar do sobrenome, ela tivesse algum parentesco com o atual governador do RS. Nada a ver! O cara era comprometido com as maracutaias patrocinadas pelo trêfego Partido dos "Trabalhadores," e o sobrenome dela era apenas uma feia coincidência. Assim como o Pinto que eu carrego, nada tem a ver com aquele velhinho com cara de macaco careca, usando uns óculos enormes, simpático, e que parecia nos olhar e falar "bom dia!" todas as vezes que adentrávamos o antigo Banco Nacional, lembram? Agora, os tempos são outros. A flôr do pântano murchou, deu uma rasteira no amor que eu sentia por ela, e nunca mais vou conseguir esquecer.
Luciano de Moura

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