O ex-ministro das Finanças António Bagão Félix defendeu hoje em Vila de Rei que o Estado deve dar o exemplo na aplicação das medidas de austeridade, conquistando assim a compreensão e apoio dos cidadãos a esse esforço de contenção orçamental.
“As pessoas simples até estão dispostas a sacrifícios se perceberem que são para todos e são aplicados de maneira justa”, afirmou o economista em Vila de Rei, no encerramento de um ciclo de acções de formação sobre as implicações do Orçamento do Estado nas autarquias.
A extinção dos governos civis, de institutos, fundações e a redução do número de deputados são algumas das medidas que, na opinião do economista e membro do Conselho de Estado, ajudariam a diminuir a despesa, mas também a dar o exemplo de que o Estado assume a austeridade no seu funcionamento interno.
Bagão Félix deu mesmo o exemplo da extinção de alguns organismos estatais distritais, considerando que o Estado deve reduzir o seu peso.
“Se hoje por hipótese desaparece-se o Instituto Português da Juventude alguém dava por ela no país?” – questionou.
No que respeita à eventual redução do número de autarquias, Bagão Félix considera que existem freguesias a mais pelo que, “mais cedo ou mais tarde”, o mapa terá de ser revisto, mas sem prejudicar as zonas mais desertificadas do país.
Bagão Félix diz ainda que concentrar a revisão das leis laborais na liberalização dos despedimentos é “errado e injusto” para os trabalhadores.
Até porque, com a atual legislação, “não é difícil despedir em Portugal”, assegurou Bagão Félix, comentando assim algumas das propostas que estão a ser negociadas por Portugal para garantir um resgate financeiro.
A ‘troika’ composta pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia iniciou na segunda-feira as negociações com os responsáveis portugueses para delinear um plano de ajuda financeira a Portugal, após o pedido feito pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, a 06 de abril.
Destak, 23-04-2011
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