segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ignorância, Subserviência ou Perversidade?


Valter Ricardo
Aos excelentíssimos senhores dos poderes Executivo, Legislativo e demais instituições da República Federativa do Brasil, eu dedico estas minhas considerações. Todavia as faço como um grito de alerta, para que despertem a tempo de impedirem um holocausto, que pouco a pouco está em regime de fomentação e consequentemente sendo imposta aos trabalhadores, futuros aposentados e previdentes desta grandiosa Nação, corrigindo a nefasta iniquidade aplicada a estas categorias.
Sou cônscio de que esta nota não é extensiva a muito dos senhores. Entretanto a turma do contra é sem dúvida majoritária, exagerada e crítica. Mas haveremos de vencê-los.
Aparentemente, ou na primeira observação, podemos concluir que uma destas classificações presente no título desta redação, ou todas, podem ser aplicadas aos nossos políticos ou àqueles que detenham em suas mãos, grandes decisões. Pois vejamos, há um assunto extremamente polêmico em trâmite neste país, que pelo tempo em discussões ou apenas dissimulações e controvérsias, estão chegando às fronteiras do insuportável, que é o grande desfalque que submeteram os aposentados, pensionistas e trabalhadores, futuros aposentados, por quando das subtrações de seus direitos adquiridos ao longo dos tempos.
Mas um olhar mais cuidadoso percebe-se que a falta de ciência ou de saber (ignorância), não é o caso, pois a maioria que ocupa aqueles cargos são possuidores de uma excelente formação intelectual. Minha tendência é acreditar no servilismo, condescendência, bajulação ou na índole desumana, cruel, que habitam o interior destes homens, e o mais triste de tudo, é por interesses pessoais.

Recuso-me acreditar que eles são tão ignorantes ao ponto de se convencerem que estas categorias estão totalmente erradas sem suas reivindicações; e se o estado ceder, assim o pensam, haverá uma quebradeira geral, especialmente no RGPS. Isto é inaceitável, pois se realizarem uma responsável auditoria nas contas da previdência social, com absoluta certeza encontrarão os fatos reais, que na verdade não são estes apontados pelo governo, sua base, parte dos meios de comunicações e tantos outros desavisados, onde afirmam implacavelmente a existência de um grande rombo nessa instituição estatal. As mazelas arquitetadas por eles, não tenho dúvidas, pertencem a um corporativismo antisocial ou de intenções que visem apenas se locupletarem dos direitos alheios.
Os escândalos, corrupções varrem o Brasil em todos os meios e escalões
Desmandos em geral, maus gerenciamentos das entidades públicas, causando muitas vezes a impressão que os problemas os quais elas enfrentam ou poderão enfrentar são causados por agentes que elas próprias geram. E na verdade é muito pelo contrário. O exemplo claríssimo deste fato é o que vem acontecendo com o RGPS. Acusam de deficitário, enquanto já foi provado de que não o é. E as provas são evidentes: “desvios de vultosas importâncias, ou por corrupção ou para amparar outros seguimentos, que em nada tem a ver com esta entidade, quando ex-contribuintes (urbanos) subsidiam da previdência rural”, e que em boa parte das receitas a este especifico sub-regime gozam de renúncias previdenciárias absurdas. Nada temos contra estes trabalhadores que acordam antes do sol nascer e retornam aos seus lares quando o sol se põe, pois trabalham não só para as suas necessidades, mas também para manter os estoques alimentícios do homem urbano em fartura e qualidade. Só que a quase totalidade nunca contribuiu para a previdência, mas mesmo assim tem o direito igual ou maior em bem estar do que os trabalhadores urbanos que contribuíram compulsoriamente. Entretanto quem os deve custear o necessário assistencialismo e a limitação da pobreza é o Tesouro Nacional, ou seja, a sociedade como um todo e não os contribuintes do RGPS. Este fato é um dos meios que convergem no sentido de onerar e derregar a previdência social urbana. Isto é apenas um exemplo entre vários outros existentes.
Em razão de tantos desencontros para oportunizar uma solução definitiva a esta nobre parcela da população frisa-se que os ex-contribuintes e atuais aposentados estão perdendo a dignidade proporcionada pela indiferença e discriminação das autoridades. Perdem o poder aquisitivo, que a cada dia que passa, aproxima-os da miserabilidade. Estudiosos sociais e previdenciários revelam a desoladora realidade de que a cada ano, aproximadamente 250 mil previdentes tem seus proventos rebaixados a um salário mínimo. Isto é uma crueldade, visto que muitos contribuíram sobro o teto.
Faço aqui meu apelo às autoridades deste “promissor país” para que esta injustiça cometida a estes homens que muito contribuíram para o crescimento ordenado do Brasil seja revista, com um olhar humano, responsável restituindo o que lhes são de direito. Isto é uma questão de resgatar a soberania destes cidadãos em todos os aspectos, seja material e moral. Ao que eu saiba nossos líderes políticos não são iguais àquele símbolo representado pelos macacos que nada vem nada ouvem e nada falam. Não foram estes os cidadãos que lá encaminhamos com a credibilidade de nossos votos nas urnas. Onde está a sensibilidade destes homens que não enxergarem tamanha injustiça social?
Título e Texto: Valter Ricardo (aposentado), Rio Grande – RS - Julho de 2011
Obs: Apesar de aprovada em 2010, a CPI da Previdência com vistas a expor seus dados, sua arrecadação, dispêndios e procedimentos em relação a demonstração de resultados de todos os Regimes Previdenciários, não foi instalada até a presente data e nem mesmo perspectivas de ocorrer. A base governista orientada pelo Executivo e com expressa subserviência dos líderes das Casas Legislativas, não permitem que o debate prospere e a Comissão seja efetivamente instalada.
Brasil Dignidade
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