terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eleição de Natalie Lamour - Quando a arte imita a vida



Em um país onde a educação é criminosamente sucateada, como parte de uma estratégia destinada a manter a maioria população analfabeta ou, pelo menos, analfabeta funcional, permitindo a farta utilização do "escambo eleitoral" como instrumento de domínio das massas, nada mais pertinente do que o uso de telenovelas como forma de esclarecimento público. No final da novela "Insensato Coração", o desfecho da personagem Natalie Lamour, um misto de alpinista social e prostituta de luxo, interpretada pela atriz Débora Secco, não poderia ser mais esclarecedor. Ao transformar uma cidadã totalmente desprovida de preceitos éticos e morais, em representante do povo na luta contra impunidade na vida pública, os autores deram uma aula de como funciona a política brasileira, na qual alguns "partidos nanicos", de formato cartorial, criados com o único propósito de garantir a sobrevivência, inclusive financeira, de alguns espertalhões, fazem ostensivo uso eleitoreiro de personalidades com grande exposição na mídia, como forma de angariar os votos através dos quais, por conta do instrumento do voto de legenda, conseguem garantir seus próprios mandatos. Do jeito que a coisa vai, ou o Brasil faz uma Reforma Política decente, acabando com os gigolôs de partidos, ou continuaremos "enxugando gelo", nessa vergonhosa rotina de eleger candidatos exóticos, que na maioria das vezes encaram o mandato como um mero "emprego", no qual acreditam prevalecer a tristemente famosa "Lei de Gerson". Será que é isso que os teóricos chamam de "Democracia"?
Título, Imagem e Texto: Júlio Ferreira, Recife/PE, 23-08-2011
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Um comentário:

  1. De Gerhard Erich Boehme
    Caro Júlio,
    É ingenuidade acreditar que o povão terá senso crítico, se os PTistas e PTulantes não se convenceram da vocação para o ilícito do ex-presidente, não será o povão com base numa novela que irá mudar de opinião.
    "As massas não buscam a reflexão crítica: simplesmente seguem suas próprias emoções. Acreditam na teoria da exploração porque ela lhes agrada, não importando que seja falsa. Acreditariam nela mesmo que sua fundamentação fosse ainda pior do que é". (Eugen von Böhm-Bawerk 1851-1914
    Acredito que poucas coisas podem ser feitas, a primeira é discriminar os impostos nas notas fiscais, para que venham a endender que é o dinheiro deles que custeia os privilégios e não os bens e serviços públicos.
    "Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência." (Gerhard Erich Boehme)
    Outra é darmos os primeiros passos em direção à fiel observação do princípio da subsidiariedade instituindo o voto distrital. Uma forma de aproximar os eleitores do eleitor. Isso seguramente produz bons resultados, mas não foi eficaz na Grécia, Portugal e Espanha, mas melhorou muito na Itália, ao menos tornou-se administrável, mas não impediu os italianos votarem no Lula ao estilo italiano.
    Abraços,
    Gerhard Erich Boehme

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