Oswaldo Colombo Filho
Desde já prevalecem dois tipos
de torcedores brasileiros em relação à Copa. Os que acham um "ótimo
negócio"; e os que não querem ver as contas públicas espoliadas,
pedagiadas pela corrupção e no favorecimento de um seleto grupo de "amigos
da república". No primeiro grupo assenta-se a ignorância do mínimo saber o
que representará a magnitude desses gastos e sem óbvia contrapartida
socioeconômica. Sem qualquer preparo ou dispensando-se de analogia que
facilmente obteriam na leitura de um bom jornal, não atinam para que dois
fabricantes chineses de automóveis (além de tratores e caminhões) irão instalar
duas unidades produtivas aqui no Brasil, e que juntos investirão R$ 1,6 bilhão;
gerarão 7.200 empregos perenes e diretos em dois turnos de produção. Tal qual os
estádios da Copa, a primeira planta industrial será inaugurada em 2013 e a
segunda em 2014. Nem é preciso aludir qual a importância e diferença do caráter
socioeconômico se os gestores públicos de São Paulo se valessem de pelo menos
1/3 das doações, a título de incentivos fiscais concedidas ao Itaquerão fossem
utilizadas para atraí-las ao estado e quiçá a Itaquera.
Em nome da Copa, que é da
Fifa, o dispêndio da erário público nacional brindando até entidades privadas
está apenas previsto em valor maior do que as três últimas Copas juntas e onde
foram construídos 27 estádios e reformados outros 15. É a aritmética do
Ministro Haddad fazendo efeito; onde sujeitos idiotizados aceitam que o
"menos do Brasil vale mais" daquele ocorrido nos três últimos eventos
juntos. Comprova-se mais uma vez:- seremos os maiores do mundo em gastos e
desperdícios e antes mesmo do pontapé inicial, visto que em sentido pejorativo,
a "bola já está rolando". Nas manifestações que tenho lido em favor
da Copa há uma subdivisão de atitudes, uns formados em "tudologia" e
filósofos da boçalidade, creem que possa existir contrapartida socioeconômica a
tamanho volume de recursos públicos empregados. Outros, exemplificarei na
posição de um senhor que agradeceu publicamente "as generosas contribuições
espontâneas de torcedores de outros times", ao seu (corinthians). Talvez
seu espírito piadista faça jus e fama junto aos fregueses de botequins, e que
ali se unem a cada jogo, fantasiados com as camisas de seus times para encher a
cara e a paciência da vizinhança. Padecendo de postura ética e concebendo-se
ser astuto, além de engraçado, escarneceu o espírito de cidadania e evidenciou
que a lei de Gerson está no DNA dos medíocres em caráter, princípios e
educação.
Montesquieu disse há mais de
dois séculos: - "Raramente a corrupção começa pelo povo." Estava
enganado, pois no Brasil ela começa pelo povo, estão ai os escândalos na gestão
pública tão apenas pelos desígnios de milhões de eleitores-cúmplices; e agora,
na mesma trilha caminham os fãs do futebol-idiota e que até publicamente se
manifestam. Não é por outro motivo que aqui se elegem e reelegem palhaços e
corruptos. Não é por outro motivo que sempre seremos o país do futuro, e que
jamais chegará enquanto os brasileiros dormirem em berço esplêndido. De fato,
não há algo mais perverso para a prosperidade de uma nação do que a ignorância
ativa estimulada pela cidadania esmorecida e indiferente, e que não busca
exterminar o hipotético conhecimento dos apedeutas e o plagiário vulgar e
charlatão da prostituição política nacional.
Título e Texto: Oswaldo Colombo Filho
Brasil
Dignidade
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