quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A galinha que assava pães...


Certa vez, uma vez galinha vermelha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos:
"Se plantarmos trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?"
"Eu, não", disse a vaca.
"Nem eu", emendou o pato.
"Eu também não", falou o porco.
"Eu muito menos", completou o ganso.
"Então eu mesma planto", disse a galinha vermelha. E assim fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.
"Quem vai me ajudar a colher o trigo?”, quis saber a galinha.
"Eu não", disse o pato.
"Não faz parte de minhas funções", disse o porco.
"Não depois de tantos anos de serviço", exclamou a vaca.
"Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego", disse o ganso.
"Então, eu mesma colho", falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma. Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
"Quem vai me ajudar a assar o pão?" indagou a galinha vermelha.
"Só se me pagarem hora extra", falou a vaca.
"Eu não posso pôr em risco o meu auxílio-doença", emendou o pato.
"Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão", disse o porco.
"Caso só eu ajude, é discriminação", resmungou o ganso.
"Então eu mesma faço", exclamou a pequena galinha vermelha. Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver. De repente, todo o mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse: "Não, eu vou comer os cinco pães sozinha".
"Lucros excessivos!', gritou a vaca.
"Sanguessuga capitalista!", exclamou o pato.
"Eu exijo direitos iguais!", bradou o ganso.
O porco, esse só grunhiu. Eles pintaram faixas e cartazes dizendo "Injustiça" e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades. Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha vermelha:
"Você não pode ser assim egoísta".
"Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor", defendeu-se a galinha.
"Exatamente", disse o funcionário do governo.
"Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob as nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada".
E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha vermelha, que sorriu e cacarejou: "eu estou grata", "eu estou grata". Mas os vizinhos sempre perguntavam por que a galinha, desde então, nunca mais fez nada... nem mesmo um pão.
Texto: AD
Indicação de Luciano de Moura
Edição: JP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-