Imagem: Fabio Vicente, aqui |
José Luís Seixas
O Orçamento de Estado
anteontem apresentado é o que é e, cá para nós, o que, na realidade, todos
esperávamos que fosse. Em matéria de finanças não há milagres. Uma coisa é o
discurso proclamatório, outra, bem diferente, a necessidade de governar uma
Nação falida e mendicante. Porventura poderiam as medidas ser um pouco menos
gravosas para as classes médias e atacar de forma mais decidida o capital
financeiro, ou melhor, o pouco capital financeiro que ainda resta e não emigrou
já para paragens mais seguras. Mas, fora essa questão – que não é um detalhe –
não se ouviu ou conheceu qualquer alternativa a este Orçamento de sacrifício e
de muitos dramas pessoais. E se razão há para a indignação, ela deveria ser
canalizada para os responsáveis que puseram o País a pão e água em troca das
suas megalomanias, das suas relações de interesse, do tráfico de influências,
dos favores e das concupiscências, enfim, do que todos sabemos e outros tantos
intuímos. Por isso, para mim, cidadão, pai de família, integrante da classe
média e vítima inocente de uma voracidade fiscal como não há memória, é
importante saber quem gastou tanto e quem delapidou tantos recursos. Como
importante é conhecer quem permitiu que alguns se locupletassem à custa do
País, quem o consentiu pela omissão do dever de denúncia, quem colaborou neste
saque que constituem os “buracos” que ora se vão destapando. Sentir-me-ei
melhor se passar fome sabendo que quem me converteu em faminto foi sancionado,
do que roer a côdea da desventura assistindo impávido ao voo dos urubus sobre o
meu telhado. E, por favor, que ninguém mais repita a atrocidade da inexistência
de institutos legais que permitam a responsabilização civil e criminal dos
predadores do erário público. Informem-se. Poderia esclarecer, mas temo que as Finanças
me tributem pela consulta.
Título e Texto: José Luís Seixas, Destak, 18-10-2011
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