terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Manifesto de Mário Soares

Foto: jornal i
Luís Menezes Leitão
Apesar de ter adoptado uma política que viola os seus compromissos eleitorais e ultrapassa em muito o Memorando da troika, o governo não tem tido oposição parlamentar. Apenas Cavaco Silva e alguns sectores do PSD expressam publicamente as suas divergências. O PS, por má consciência, optou pela abstenção em tudo, até na sua própria existência. E o PCP e o BE limitam-se a cavalgar no parlamento a onda de greves decidida pelos sindicatos. Não se vê por isso qualquer alternativa consistente à política governamental, o que justifica os bons números do governo nas sondagens.
Perante esta situação, Mário Soares não perdeu a oportunidade de lançar com alguns seguidores um manifesto denominado “um novo rumo”, retomando o título da moção com que derrotou Salgado Zenha no PS em 1981. O manifesto constitui um texto mal escrito, sem uma única proposta consistente, e caindo até no ridículo de querer transpor para Portugal as manifestações da “rua árabe”. Foi, porém, oportuno o seu lançamento nas vésperas da greve geral, e tem um claríssimo significado político: declara guerra a António José Seguro e à sua política de entente cordiale com o governo.
Para os subscritores do manifesto, o lugar de líder da oposição está vago e Mário Soares é a pessoa indicada para o ocupar. Mas esse lugar está na verdade ocupado por Cavaco Silva, que não o vai ceder.
Título e Texto: Luís Menezes Leitão, Professor da Faculdade de Direito de Lisboa, jornal “i”, 29-11-2011
Se quiser ler a entrevista, bom proveito!

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