terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um Brasil para todos Brasileiros


Manifesto ao Congresso Nacional
UM BRASIL PARA TODOS OS BRASILEIROS
Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2011
Digníssimo Senador José Sarney
Digníssimo Deputado Marco Maia
Demais Líderes dos Partidos
Prezados Senhores:
A realidade dos trabalhadores do Regime Geral da Previdência Social – RGPS, comparada com a dos servidores do Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, permite identificar claramente a existência de dois Brasis e de dois tipos de brasileiros, ambos revelados pela falta de equidade do governo, no reconhecimento de direitos fundamentais dos trabalhadores.
As diferenças entre os citados regimes é historicamente reconhecida, revelando - mesmo depois do esforço que resultou na Constituição cidadã de 1988 - como a Carta Magna foi manipulada e alterada, para fazer prevalecer privilégios e fortalecer desigualdades de brasileiros sobre brasileiros, tudo em nome do implacável desmonte da seguridade social brasileira.
O governo FHC fez o trabalho sujo, ao introduzir mudanças constitucionais ofensivas, pavimentando todo o caminho, para o progressivo enfraquecimento e cassação dos direitos previdenciários dos trabalhadores do RGPS. De forma maquiavélica, privatista, covarde, FHC, alegando falsa posição de austeridade, aprovou e implementou malditos procedimentos de confisco previdenciário, disseminando a socialização da miséria entre trabalhadores do RGPS.
“O valor médio das aposentadorias por tempo de contribuição “emitidas” em julho de 1994 correspondia a 6,1 salários mínimos, em maio de 2011 caiu para 2,4 mínimos (-61%). Em fins de 1999, quando da criação do fator previdenciário, o valor médio de “concessão” (benefício inicial) para aposentadorias por contribuição era de 5,8 salários mínimos e despencou para 3,6 em 2001 (-38%); sendo que em maio de 2011, chegou a 2,4 salários mínimos (redução de 59% em 11 anos)”.*

O governo Lula, pior, ampliou a imundice, fortalecendo - com requintes de crueldade - todas as políticas de confisco implementadas por FHC, revelando, com o VETO presidencial que manteve o maldito fator previdenciário, a sua verdadeira face, marcada pela indiferença com a ética e com a Justiça Social, vigorosamente atingidas pela ação e pela intensidade com que usou a foice, silenciando a esperança de expressiva parcela de trabalhadores, ávidos por Justiça Social.
“Lula esperou até o último momento para anunciar a sua decisão sobre a MP dos aposentados aprovada pelo Congresso. Finalmente, divulgou o que faria poucas horas antes do primeiro jogo da seleção brasileira na Copa do mundo. E não surpreendeu.Mantendo aquilo o que já vem fazendo em seu governo, Lula vetou o fim do fator previdenciário, medida aprovada pela Câmara e pelo Senado após diversas mobilizações dos aposentados.**
Lula e FHC, sustentando falsa posição de austeridade, responsabilidade fiscal e outras expressões de efeito, sempre procuraram justificar o implacável confisco imposto ao trabalhadores do RGPS, para, na verdade, se esquivarem de uma verdadeira Reforma Previdenciária, tendo que enfrentar todo o conjunto de desmandos, regalias... todos intocados e amparadas no RPPS, pela poderosa e articulada movimentação dos seus grupos corporativos.
“Mister citar, e pouco referenda, a previdência dos servidores públicos federais-RPPS. Um verdadeiro buraco negro, que produziu entre 2003 a 2010 um déficit de R$ 322,9 bilhões para 980 mil ex-servidores; ou seja, o equivalente a 86,9% do que foi gasto em saúde pública para mais de 190 milhões de outros brasileiros de “segunda classe”. *
O governo Dilma Rousseff, precisa enfrentar a moralização do Previdência Social, corrigindo, sobretudo, as graves injustiças presentes no RGPS, com implementação urgente, não só, de procedimentos capazes de assegurar a recuperação das perdas acumuladas pelos benefícios defasados - tanto de 1SM, como acima deste - como, também, colocar um fim definitivo, no maldito fator previdenciário que confisca até 40% sobre a concessão dos benefícios, observado o teto/limite concedido de R$3.691,74.
Contamos com a necessária, justificada e fundamental interveniência de V.Exas. nesse processo, para realizar articulações e gestões junto ao Poder Executivo, capazes de apressar a correção do rumo que restabelecerá a JUSTIÇA SOCIAL E A MORALIDADE NA PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Cabe lembrar ainda, que uma vez aprovada a DRU serão mais de R$ 300 bilhões retirados do Orçamento da Seguridade Social (previdência e saúde) nos próximos quatro anos, tal qual as ditas renúncias previdenciárias sem nexo algum com Previdência Social (encargo do Tesouro) também representarão no mesmo período quase R$ 75 bilhões; portanto não há mais como justificar não dar atenção a tantos reclamos aos trabalhadores e aposentados oriundos do setor privado.
Cordialmente,
Marcello Araujo – Rio Janeiro/ marcelocmaj@gmail.com

* Oswaldo Colombo Filho – economista Brasil Dignidade
** Sindicato de Trabalhadores 

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