sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Mais um ano e os aposentados do Aerus continuam esperando que o Governo acorde."

“Eu aproveito – ainda tenho dois minutos – para destacar, Senador Paulo Paim, que estamos vencendo mais um ano e os aposentados do Aerus continuam esperando que o Governo acorde e abra a alma para entender que há trabalhadores aposentados sendo castigados pela insensibilidade oficial."
Senador Alvaro Dias, ao final do seu discurso no Plenário do Senado Federal, 22 de dezembro de 2011

Foto: Pedro França/Agência Senado

Em comunicação de liderança, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) informou, nesta quinta-feira (22) em Plenário, que muitos estudantes manifestaram junto a seu gabinete indignação com relação ao resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja divulgação foi feita antecipadamente este mês.
De acordo com o parlamentar, os alunos questionam os critérios de correção das provas de redação. Ele citou o exemplo do estudante mineiro Fernando Machado Furtado, ex-aluno da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, aluno de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e aprovado na segunda fase do atual vestubular da Universidade de Campinas (Unicamp), cuja nota na avaliação de redação foi inferior a um quarto do valor total.
Em comunicação enviada ao senador, o estudante pergunta como explicar que um ex-aluno da USP, atual aluno da UFMG, aprovado na segunda fase do vestibular da Unicamp - no qual há três provas de redação e não usa a nota obtida no Enem - pode receber nota inferior a 25%. Ele indaga, também, por que não tem direito à revisão da nota.
No mesmo pronunciamento, o parlamentar lamentou que o ano termine sem uma solução para os aposentados do fundo de pensão Aerus.
Texto: Redação/Agência Senado, 22-12-2011
Eu aproveito esse meu pronunciamento antes do recesso parlamentar de 2011, para destacar, Senador Paulo Paim, que estamos vencendo mais um ano e os aposentados do Aerus continuam esperando que o Governo acorde e abra a alma para entender que há trabalhadores aposentados sendo castigados pela insensibilidade oficial.
Esse assunto esteve na ordem do dia aqui inúmeras vezes. Foram diversas as providências que procuramos adotar para tentar fazer com que esses aposentados pudessem ter seus direitos assegurados, já que lhes são negados dignidade e cidadania plena em razão dessa violência contra os seus direitos.
Invadiram o fundo de pensão, arrebentaram os cofres desse fundo de pensão – e foi o Governo –, jogaram ao mar esses aposentados. Muitos deles já sucumbiram diante da dura realidade que vivem, e outros ainda alimentam a esperança de um dia serem atendidos em seus direitos.
Neste final de ano, obviamente, temos de homenageá-los pela resistência, pela persistência, pela manutenção da fé e da esperança de que é possível ainda serem contemplados com direitos que foram assegurados pela legislação e, sobretudo, conquistados pelo trabalho que realizaram durante muitos anos no exercício de sua atividade profissional. Nós queremos desejar a todos eles e a todos os aposentados brasileiros, aposentados que hoje se encontram no Congresso Nacional representados, no momento em que se delibera sobre o Orçamento da União e que também reclamam pelos seus direitos... O reajuste de sua aposentadoria não é compatível com as perdas acumuladas durante muitos anos, e há essa insensibilidade do Governo, que, em determinado momento, diz não possuir recursos para a saúde pública, em outro momento diz não possuir recursos para atender direitos consagrados, adquiridos pelos aposentados brasileiros, e repentinamente manda ao Congresso projeto criando mais de 1.600 cargos, como aquele aprovado ontem aqui para o Itamaraty. ou seja, um Governo contraditório, que anuncia, através de um discurso ufanista, conquistas que não ocorreram da parte governamental. Em determinados momentos, alardeia êxitos exuberantes, mas, em outras oportunidades, alega dificuldades intransponíveis para não atender a pleitos que dizem respeito a direitos sociais de quem trabalha neste País.
Srª Presidente Ana Amélia, V. Exª também tem sido porta-voz das aspirações desses aposentados, muitos deles do Rio Grande do Sul, em razão de ter sido o seu Estado a origem e o abrigo da Varig. Portanto, neste final de ano, queremos, mais uma vez, fazer um apelo, Senador Paim. Juntos, estivemos também – depois, chegou a Senadora Ana Amélia para nos ajudar, mas, antes que ela aqui estivesse, estivemos juntos em várias oportunidades - em audiências com ministros, com o Advogado-Geral da União, com o Supremo Tribunal Federal, tentando encontrar uma alternativa para que esses aposentados pudessem ser atendidos. Eu sou abordado constantemente, onde me encontro, por alguém que me diz: “Podemos continuar tendo esperança?”. Eu tenho dificuldade para dar essa resposta, mas creio que não devemos desistir, não podemos jogar a toalha, não temos esse direito, temos de continuar apelando ao Governo e também ao Supremo Tribunal Federal, para que dêem prioridade a essa causa e tentem uma solução enquanto há tempo para milhares de aposentados. Se o ponteiro do relógio continuar a andar como inevitavelmente andará sem que o Governo acorde e sem que o Supremo Tribunal Federal julgue, certamente, muitos desses aposentados não terão tempo para rever direitos que foram deles sonegados durante os últimos anos.
Muito obrigado, Srª Presidente.

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