sábado, 18 de fevereiro de 2012

Coronel Paúl: “Denunciarei todos os meus algozes.”

CORONEL PM PAÚL - PRISÃO - VIOLAÇÃO DE DIREITOS E PRERROGATIVAS - ESTADO DE EXCEÇÃO - DITADURA - COMUNICADO.
Imagem: Augusto Nunes
População brasileira:
As ações deletérias desenvolvidas contra mim, as quais tiveram início no dia 10 FEV 2012, às 08:00 horas, quando fui preso por ordem judicial e encaminhado para uma penitenciária de segurança máxima (Bangu I), e que só foram interrompidas com a minha soltura neste sábado (18 FEV 2012), por volta das 11:30 horas, quando deixei o xadrez do Batalhão de Polícia de Choque, remetem o Brasil à condição de um estado ditatorial, um regime de exceção, onde o estado democrático de direito e a segurança jurídica deixaram de existir. Hoje eu posso ser considerado o primeiro preso político do Brasil no período posterior à ditadura militar. Um não cidadão que teve a sua cidadania anulada e que foi submetido a tortura física e mental por 9 (nove) intermináveis dias. Obviamente, denunciarei todos os meus algozes e comunicarei todas as violações aos direitos humanos aos organismos nacionais e internacionais que cuidam do tema. Essa será minha luta a partir dessa data, evitar que ações ditatoriais como as desenvolvidas contra mim e contra os PMs e BMs que estiveram comigo na penitenciária Bangu I voltem a acontecer no Brasil.
Agradeço a todos e a todas que procuraram minimizar os nossos sofrimentos, começando pelos funcionários da SEAP, que sem descuidar dos seus deveres tentaram nos manter humanizados. Aos integrantes das comissões de direitos humanos da ALERJ e da OAB/RJ, o nosso reconhecimento, assim como a todos e a todas que elevaram o pensamento a Deus para nos salvaguardar. Muito obrigado.
Peço desculpas aos profissionais de imprensa, mas não posso no momento prestar qualquer declaração, a hora é de recolher provas e redigir os documentos que serão o nosso grito de socorro, a nossa resposta contra todas as atrocidades cometidas e as nossas ferramentas para levar os fatos para o mundo civilizado.
Não tenham dúvidas: todos e todas, não importa quem sejam, serão responsabilizados, os nossos algozes enfrentarão os tribunais, podem escrever.
Peço aos PMs e BMs que trabalhem com afinco redobrado no Carnaval 2012 e esclareço que na quarta-feira de cinzas iniciarei o desenvolvimento das denúncias aos órgãos competentes.
Por derradeiro lembro que tortura é crime contra a humanidade, sendo imprescritível, tanto no campo cível, quanto penal. Inafiançável e sem direito à anistia.
Juntos Somos Fortes!
Coronel Paulo Ricardo Paúl, 18-02-2012, 14h41

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