João César das Neves
Os números da economia, com
forte queda da actividade e desemprego em máximos históricos, mostram que a
política de austeridade não resulta. Esta é uma frase que, em vários tons e
formas, se ouve a cada passo. Fica a pergunta: quais seriam os resultados que
mostrariam que a política estava a resultar? Que é que essas pessoas esperavam
que saísse da tal austeridade?
Portugal começou em Maio
passado um programa de forte ajustamento, após anos de negação, derrapagem e
ilusão. Fomos o primeiro país da zona euro a violar o Pacto de Estabilidade, em
2001 e, corrigindo manipulações contabilísticas, violámo-lo todos os anos
seguintes. Nas quatro crises orçamentais da década, 2001, 2003, 2005 e 2009, as
reformas estruturais, solenemente prometidas, acabaram sempre esquecidas depois
de breves ajustamentos.
Na crise mundial fomos um dos
últimos países a admitir a necessidade de mudança, após quase três anos a
fingir que estava tudo controlado. Entretanto a dívida externa bruta subia
incontrolada, de 28% do PIB em 1992 até 245% em 2011. Após 15 anos de erros,
despesismos, tolices e abusos, só restam tratamentos desesperados.
Neste estado crítico, como era
possível evitar a forte queda da actividade e o desemprego em máximos históricos?
Que se poderia esperar da inelutável austeridade? A situação económica é
dramática, violenta, dolorosa. Isso vem, sem dúvida, da política de
austeridade. Compreendem-se as queixas e censuras. Os comentadores, de todo o
tipo e condição, têm toda a razão. Só falta dizer uma coisa: uma alternativa
melhor.
Título e Texto: João César das
Neves, Destak
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