terça-feira, 27 de março de 2012

As noites de Lisboa

Foto: L. Branco, aqui
Luisa Castel-Branco
Vi na televisão uma reportagem comparando várias profissões em Portugal e na Alemanha, quer em termos do que ganhavam e gastam como no modo de vida. Também mostrava o dia-a-dia de estrangeiros a viverem em Portugal há 20 anos. Além da diferença abismal dos ordenados, o mais interessante foi ver que quer na Alemanha, quer os alemães em Portugal tinham como normal e salutar os jovens trabalharem nas férias para ganharem o seu dinheiro e não percebiam porque é que tal não acontecia em Portugal.
Da mesma forma se ouvirmos qualquer entrevista, a primeira coisa que os portugueses dizem é que querem dar tudo aos filhos e não conseguem. É este espírito que norteou a educação das gerações mais recentes. E o resultado está à vista. Numa crise profunda, estes jovens não conseguem sequer equacionar aceitar empregos que não estejam ao nível dos seus cursos. Mas a maior parte destes cursos não só não têm colocação como qualquer qualidade.
Resultado? As hipóteses de encontrarem emprego são muito reduzidas e tendo sido criados com acesso a tudo, mesmo que esse tudo custasse aos pais muitos sacrifícios, não sabem viver sem telemóveis e computadores topo de gama, carro ou mota, tudo aquilo que erradamente lhes foi dado em vez de terem trabalhado nas ditas férias para os adquirirem.
Como vai ser possível mudar esta situação não sei. Mas a verdade é que com crise ou sem ela, os jovens desempregados continuam a encher as noites de Lisboa, a abarrotarem de gente nos passeios que lá dentro já esta tudo cheio. Quem paga estas saídas, pergunto eu?
Título e Texto: Luisa Castel-Branco, Destak, 27-03-2012

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