Alberto de Freitas
Quem se queira envolver na
política, tem que treinar na técnica de falar para totós, a não ser que o seja.
Nesse caso, mantém-se – na política – por pouco tempo. O mesmo acontece com os
políticos que evitem expor a versão para totós. Por exemplo: falar verdade.
Totó não suporta enfrentar a realidade. Totó necessita que lhe levantem o
ânimo. O político tem que ser um viagra da alma.
No caso, pode ver-se como o
facto de estarmos na bancarrota, é algo que não se pode apresentar de chofre
aos totós. O verdadeiro político propõe como solução o investimento. Claro que
tal solução necessita para a sua prossecução, daquilo que falta - por isso a
bancarrota - e que é capital. Mas tal solução assenta perfeitamente na
cachimónia totó. É a versão totó do milagre bíblico: levanta-te e anda. A personagem
não tem pernas e, por mais que chame a atenção para o facto, totó repete:
“levanta-te e anda”. Ou até, para não ferir os mais religiosos, tem-se o
exemplo da velha tática militar, em que mesmo que acabem as munições, se deve
continuar a disparar… para enganar o inimigo.
Todo o totó é crente e
vitupera os descrentes, vulgarmente conhecidos por liberais.
O liberal é um totó solto na
vida, cuja liberdade se pode considerar uma isaltinice da crendice totó. Nunca
fica preso a totósices. Atualmente temos a versão liberal-pensadora e que são
os neoliberais. Sim, porque se o liberal era a versão salazarista: “a minha
política é o trabalho” e, por isso se borrifava na totóconverseta; o neoliberal
desmancha-se às gargalhadas perante tal totósice.
Tal atitude é ferozmente
atacada pela “esquerda-ovas-de-esturjão”; aquela esquerda que para acabar com o
capitalismo, tem como política ser consumidora dos seus símbolos: vestindo
Prada e “pulsando” Rolex. Quem também não suporta que se pense e, por isso
odeia os neoliberais, é a “esquerda-sobrevivente-
do-assalto-ao-Palácio-de-Inverno”. Que na ausência de modelos a apontar, aposta
na política “Alice-no-país-das-maravilhas”.
Não só a esquerda, mas também
a direita beata tem conversa para totó, devido à convicção que será deles –
totós – o Reino dos Céus.
Neoliberal - por exemplo - no
Brasil, é o que avisa que a construção petista dos estádios para o Mundial os
transformará na próxima Grécia… mas em grande. Enquanto em Portugal o
neoliberal já não perde tempo a avisar que o futuro pode ser lixado, porque o
presente já o é.
A vida sempre foi esperançosa
para os totós e a prova é que a tradicional hipótese de futuro risonho, sempre
foi o totobola e o totoloto.
O período atual é de orfandade
para os totós, que se veem limitados á totóconverseta da
esquerda-ovas-de-esturjão e sobreviventes-do-assalto-ao-Palácio-de-Inverno,
faltando a socialtotósice, ou, atualmente, tozésice: a
ex-esquerda-solta-na-vida, agora amarfanhada por irrecusável herança
Tanto que, num retomar do mito
infantil que os bebés vêm de Paris, totó tem fé que passem também a vir
ideias. Ideias totós que, como óbvio, virão de quem não é mesmo totó
Como tal, o destino do
político que não nos veja como totós, é triste. Tal como se é condenado por
chamar corrupto ao corrupto, deve-se dizer aos desempregados que existem
empregos, ao doente terminal que existe cura e o corno deve acreditar que não é
nada daquilo que está a pensar… apesar de ver.
Assim são os totós que
preferem os políticos que falam para totós.
Título e Texto: Alberto de Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-