Peter Rosenfeld
Que lástima o povo brasileiro
ter que conviver com níveis de corrupção simplesmente inimagináveis como vem
ocorrendo atualmente.
Sabemos, todos, que a
corrupção existe desde tempos imemoriais; pode-se mesmo dizer que sempre
existiu.
Mas, ao que sabemos através da
leitura de textos muito antigos, é que os corruptos de então não eram
insaciáveis como os de hoje, não só no Brasil como em muitos outros países.
Sabemos, igualmente, que em
certas culturas, a corrupção era tolerada porque, através dela, os cidadãos
podiam ganhar um tanto a mais, com o que se satisfaziam e, a partir daí,
retribuíam aos demais prestando algum serviço ao povo a seu redor.
E quando a roubalheira era
demais, a população se revoltava e expulsava o desonesto de seu convívio.
Ah, que tempos diferentes aqueles!
A palavra empenhada era
garantida por um fio de bigode! Nem dá para imaginar!
Lendo-se qualquer jornal ou
qualquer revista neste país, ficamos sabendo e informados de alguma coisa, que
certamente será uma fração mínima da realidade!
Os nomes da vez se sucedem
quase que naturalmente e cobrem todo o território nacional.
Os dois nomes em evidência no
momento são Demóstenes e Cachoeira.
O primeiro, Senador da
República, correspondeu ao que seu ancestral fazia nos anos 383/322 a.C.: era
eloqüente e tinha estilo. Jamais se diria que se desviaria para o mal!
Já o Sr. Cachoeira,
carinhosamente chamado de Carlinhos, é uma figura que,parece, cobriu todo o
território nacional com seus caça-níqueis (aliás, não destoou de tantos outros
que exploram algum tipo de jogo ilícito e que existem em todos os estados do
Brasil...).
Só é atrapalhado por uma
construtora, também de nome significativo (Delta), que tem conseguido vencer,
não se sabe como, um número vultoso de concorrências em obras do governo.
São todos, como se vê, gente
de altíssimo nível.
É incrível esse Brasil de hoje!
Ali Babá e seus quarenta
ladrões ainda não foram julgados, apesar de haverem sido flagrados com a mão na
massa (perdão, nos cofres do Brasil) há tantos anos.
Como dizia um Juiz do Trabalho
já falecido, “justiça lerda não é justiça; é injustiça”, e é exatamente o que
nossa Suprema Corte está fazendo há tanto tempo.
E também nisso nosso País
inovou: dois de seus membros duelaram verbalmente, não só por esse caso (do
mensalão) como pelas posturas de cada um em seus trabalhos. Penso que não é
assim que as mais altas figuras de nosso Poder Judiciário ajudarão na educação
de nosso povo, tão necessitado de exemplos de como um verdadeiro cidadão deve
se comportar!
Essas atitudes me levam a
conjeturar se isso tudo não faz parte do dinheiro (ou é causado por ele) que
está sendo fartamente distribuído de forma ilícita no Brasil.
Sabe-se que é muito fácil ser
traficante, mafioso, bicheiro e similares em nosso País. Não só é fácil como é
virtualmente imune a qualquer punição.
A quem ou a que se deve isso?
Sem medo de errar, afirmo que
isso decorre dessa multidão de políticos desonestos, ou desinteressados
(Senadores e Deputados Federais, Deputados Estaduais, Vereadores Municipais) e
seus respectivos líderes, que jamais quiseram – e continuam não querendo, o bem
do País.
Não consigo esquecer o que
disse um deputado federal gaúcho, de uma importante cidade do RS: “eu me lixo
para o povo”, quando perguntado o que pensava sobre determinado assunto!
Só faltou dizer que se lixava
para o povo porque ele próprio era lixo; isso é o que eu, particularmente,
pensei...
Seria muito fácil afirmar que
isso tudo se deve ao exemplo dado pelo Sr. da Silva em seus tristes oito anos
de Presidência! Seria fácil mas injusto!
Seu antecessor, Sr. FH
Cardoso, gastou rios de nosso dinheiro para que o Congresso aprovasse a
possibilidade de uma re-eleição!
O Sr. da Silva, além de ter se
apropriado de objetos pertencentes à Nação quando deixou seu gabinete no
Planalto e sua residência no Alvorada, foi o grande cúmplice do “mensalão” e de
tantas outras “maracutaias” (aliás, termo introduzido por ele mesmo em nosso
dia-a-dia...).
E a Sra. Rousseff? Cometeu o
grande erro de aceitar como ministros pessoas indicadas por seu antecessor, o
que a obrigou a ameaçar fazer uma faxina; ficou na ameaça, pois só substituiu
seis ministros, quando uns tantos outros deveriam ter ido para casa. Ou, ainda
melhor, os Ministérios deveriam ser extintos!
Continua com 38 ministros!
Alguns deles ainda não despacharam sequer uma vez com a Presidente (perdão por
não usar o feminino, como agora é lei, uma daquelas que não vai “pegar” mesmo!).
Para finalizar: o Brasil se
jactou, há pouco, por ter passado a ser a sexta economia do mundo.
Mas nunca se envergonhou por
sua posição no IDH, onde ombreia com os países mais pobres, miseráveis mesmo.
Se estivéssemos entre os dez
primeiros em IDH e fossemos a septuagésima economia, certamente me sentiria melhor!
Título e Texto: Peter Wilm
Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 25 de abril de 2012
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