domingo, 29 de abril de 2012

“A culpa é dos judeus” – Um velho e odioso preconceito

Um estado que se preste a convalidar tais distorções, evidencia, inequivocamente, a sua debilidade moral.
Beatriz W. Rittigstein

No âmbito internacional, uma campanha antissemita demoniza o Estado de Israel, ao atribuir-lhe problemas com os quais não forma qualquer nexo. Também revela um viés arbitrário ante os eventos do Oriente Médio, ressaltando as ações supostamente indevidas e omitindo as causas que as geram. Neste sentido, Israel está sendo tratado da mesma forma como foi tratado o povo judeu, o "judeu" entre os países. Simplesmente, o que fazem é adaptar velhos preconceitos aos cenários atuais.
Na Venezuela, o risco reside no fato de que esta campanha é promovida pela mídia estatal e outras a ela atreladas.
Assim, torna-se rotineiro ler que Israel contamina as fontes dos palestinos e os intoxica com gases e, por isso, nascem bebês com deformações congênitas. Esta acusação é análoga à da ‘peste negra’, a epidemia bubônica que no século XIV matou quase a metade da população europeia; nessa época, culparam os judeus de envenenar os poços de água.
Através da RNV repetiu-se que uma ‘máfia israelense’ sequestrou crianças líbias para que vendesse seus órgãos; o que se assemelha á acusação de crime ritual de 1144, quando uma criança inglesa foi apunhalada. Os judeus do local foram acusados do assassinato com a finalidade de usarem seu sangue para rituais religiosos. O fato reverberou por toda a Europa ao longo do tempo. No século XX a lenda foi aproveitada pelos países árabes. E nos últimos anos tal mito tem sido tema de filmes na Síria e no Irã.
Junto com tais artimanhas retóricas nunca foram mostradas as provas de sua veracidade; só são emitidas com o propósito de expor uma pretensa ‘malignidade’ de Israel, como se fazia no obscurantismo medieval ao se usar como bode expiatório o povo judeu, por sua vulnerabilidade de minoria.
Ora, um estado que, como de costume, se preste a convalidar tais distorções odiosas, evidencia inequivocamente sua debilidade moral.
Texto: Beatriz W. Rittigstein, El Universal, Caracas, 29-04-2012
Tradução (e Gif): Francisco Vianna

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