Luís Aguiar Santos
(…)
Se essa "frente
popular" tivesse seguido o seu curso, sem que a "maioria
silenciosa" da sociedade civil tivesse forçado políticos como Mário Soares
a corrigirem as suas opções, seria difícil aos liberais dizerem com clareza que
a mudança valera a pena. Escolher entre a frente popular e Marcelo Caetano
daria o que pensar... No que ao "25 de Abril" em concreto diz
respeito, a imagem de marca folclórica do frentismo socialista ficou-lhe colada
e tem-se revelado impossível festejar "outro 25 de Abril".
Este monopólio socialista em
torno da data tem tido vários efeitos inaceitáveis: a glorificação dos
militantes comunistas opositores de Salazar, como se este fosse pior que o
totalitarismo que os primeiros defendiam; a impossibilidade de se assumir os erros
gravíssimos cometidos nas antigas províncias ultramarinas, entregues pela
Coordenadora do M.F.A. aos aliados locais da União Soviética, numa estratégia
que o P.C.P. manobrou e poucos à excepção dos spinolistas tentaram contrariar;
a repetição ad nauseam da boutade da
"revolução sem sangue" (claro que os que morreram nas províncias
ultramarinas só em 1974/75 e que foram muitos mais do que as baixas dos dois
lados durante a guerra de 1961-74 não são contabilizados porque já não são
portugueses...); a dura verdade de que o País viveu em regime de ditadura
militar e não em "democracia" nos anos de 74 e 75, com prisões
arbitrárias, sem sistema judicial nem respeito pela propriedade privada, numa
situação que só teve paralelo nas outras duas ditaduras oficialmente
inexistentes da nossa história, as dos "governos provisórios" e das
assembleias de partido único de 1820-1823 e 1910-1913; o esquecimento
conveniente da incontornável verdade que a "obra social" do novo
regime foi uma pura continuação dos programas sociais já delineados pelo Estado
Novo, com a diferença da rédea livre dada à despesa pública.
(…)
Título e Texto: Luís Aguiar Santos
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blogue “Livre & Leal Português”
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