sábado, 28 de abril de 2012

Filomena Mónica: “Sócrates foi um delinquente político"


Excertos da entrevista de Filomena Mónica a Nelson Pereira, do jornal "i":

“Se não tivesse saído do país, ter-me-ia suicidado em 1972. A atmosfera de liberdade que existe hoje é muito grande”
 
Franca, sonhadora, exigente com Portugal. Considera que a Europa e a liberdade foi o melhor que o 25 de Abril nos deu. Uma coisa assusta hoje Filomena Mónica: o regresso da pobreza.

Passados 38 anos depois do 25 de Abril, o que é que a incomoda ainda no Portugal que temos?
Horroriza-me a pobreza emergente, voltar a encontrar hoje a indigência nas ruas, famílias a passar fome. Nunca pensei que a pobreza da minha infância ressuscitasse e não sei como reagir. No Jardim da Estrela, um rapaz de uns 40 anos pediu-me esmola. Estava convencida, depois do 25 de Abril, que a situação económica evoluiria sempre para melhor e que o Estado social protegeria os mais fracos. Paguei sempre os impostos, mesmo quando me custava, na convicção de que os membros mais frágeis da sociedade a que pertenço nunca voltariam a cair na pobreza extrema. Quando já nos pensávamos europeus e acreditávamos que as pessoas tinham alcançado o bem-estar, que os velhos tinham assegurado um futuro digno até à morte, eis que regressa aquela pobreza ancestral.

Que avaliação faz do debate de ideias na sociedade portuguesa?
Sempre foi péssimo, continua péssimo e possivelmente será sempre péssimo. As pessoas debatem tudo em termos pessoais, não são treinadas para organizar um pensamento racional, dedutivo, calmo. Isto treina-se na escola desde pequeninos. Interrompem-se todos, tudo muito emocional. E os portugueses não são bons a debater também porque acham que há sempre interesses ocultos por trás. Se disser que não gosto de futebol, vão pensar “Ah, isto deve ser porque ela tinha um pai que era futebolista” ou “Ela está ligada a um clube”. A ideia de que alguém pode genuína e independentemente ter uma opinião é difícil de aceitar para os portugueses. E, mais uma vez, é por sermos um país pobre e pequeno.

Como avalia o desempenho da oposição?
A oposição desapareceu. O PS não existe, nem sei o que é aquilo. O líder não tem carisma, não sabe o que há-de fazer, está condicionado pelo acordo com a troika. E sucede a um delinquente político chamado Sócrates, o pior exemplo que jamais, na História de Portugal, foi dado ao país: ir para Paris tirar um curso de “sciences po”, depois daquela malograda licenciatura – à qual não dou a menor importância, pois há muitos excelentes políticos que não são licenciados. O engenheiro Sócrates foi o pior que a política pode produzir. Depois de tantos processos em que mentiu, aldrabou, não depôs, ninguém percebeu o que se passou com o Freeport, os portugueses perguntam-se onde foi ele buscar dinheiro para estar em Paris. Quem é que lhe paga as despesas e o curso? A esquerda socialista tem ali este belo exemplar a viver no 16ème, e um sucessor que não inspira ninguém. O PCP vive num mundo antes da queda do Muro de Berlim, e o Bloco de Esquerda habita em Marte.

Leia a entrevista, na íntegra, aqui.

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