João Bosco Leal
Em busca de relacionamentos
mais duradouros e até permanentes, todos questionam as atitudes necessárias
para que isso ocorra, como paciência, diálogo, compreensão e renúncia, mas na
realidade não existe uma fórmula para a felicidade de um casal.
As paixões iniciais são
passageiras e o que realmente perdurará, a amizade, a cumplicidade e o
companheirismo, podem e devem ser criados com o tempo.
Em décadas passadas – e em
determinadas culturas ainda agora –, os casamentos eram determinados pelos
pais, com os noivos ainda crianças. A submissão feminina da época ou em países
com essas culturas é que determinava a longevidade dos casamentos,
independentemente se promovendo ou não a felicidade do casal.
Atualmente, na maioria dos
países, as pessoas podem passear e caminhar de mãos dadas, assistir a filmes ou
peças de teatro, ler livros, frequentar qualquer local ou ambiente e viajar
juntas, sem a necessidade sequer de estarem namorando.
Essa convivência certamente
poderá aprofundar sua amizade e criar afinidades que as aproximarão cada vez
mais, abrindo a possibilidade para um relacionamento com bases muito mais
sólidas do que aquele iniciado com uma simples paixão.
Só com a maturidade, quando já
não se dá importância para aquelas paixões mais comuns na juventude, de origens
físicas e pouco racionais, mas se busca alguém com valores éticos, morais,
educação, cultura, interesses e objetivos comuns, se adquire esse entendimento.
Nessa fase, entendemos a
importância não só de demonstrar, mas de falar sobre nossos sentimentos, de nos
declarar, em particular ou publicamente para a pessoa amada, pouco nos
importando o que dirão os que estão próximos.
Já entendemos a importância de
interromper a leitura de um jornal para fazer uma declaração elogiando seu par
que chega, valorizando sua roupa, sua beleza, o novo corte de cabelo que
realçou sua jovialidade, mesmo quando isso não expressa uma realidade
cronológica, e possuímos a delicadeza de, voltando do mercado, surpreendê-la
por ter adquirido a fruta de sua preferência, ou trazendo-lhe uma flor quando
menos espera.
Com atitudes e demonstrações
de carinho, afeto, amizade e companheirismo, os laços vão se estreitando, de
modo que cada um passe a sentir a ausência do outro e a necessidade de com ele
dividir suas ideias, planos, sucessos, dificuldades e frustrações.
A participação de cada um nos
mais variados temas da vida de seu par vai tornando o casal mais próximo,
íntimo, participativo de detalhes muitas vezes estranhos à própria família do
outro. Esse envolvimento cria situações de cumplicidade e amizade raras.
Construído diária e
progressivamente sobre raízes sólidas, adubadas constantemente com atitudes
pequenas, mas importantes, um relacionamento maduro aumenta à medida que os
dois se conhecem, descobrem suas dificuldades, costumes, manias, qualidades e
virtudes, surgindo daí o amor verdadeiro, real e duradouro.
Colocando na balança todos
estes ingredientes, procurando o equilíbrio, os dois acabarão percebendo que no
outro existem muitas qualidades e que o carinho e a cooperação superarão os
poucos defeitos de cada um deles.
O relacionamento duradouro é aquele onde existe o interesse mútuo em
sua criação e manutenção, mesmo quando inicialmente os parceiros não se amam.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal
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