quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uma palavra de ordem para a esgotosfera: “Culpem o Serra!”



Reinaldo Azevedo
Há coisas no jornalismo brasileiro que são verdadeiramente espantosas. Uma delas está na frequência com que profissionais de imprensa tentam apurar as matérias da VEJA. Isso não existe em lugar nenhum do mundo! Na coluna de Monica Bergamo, na Folha de hoje, lê-se o seguinte. Volto em seguida.
QUARTO ELEMENTO
Há alguns dias, José Serra ligou para o ex-ministro Nelson Jobim. Pediu a ele que falasse com a revista “Veja”. Jobim atendeu ao pedido do amigo - e só então soube da reportagem sobre Lula e o ministro Gilmar Mendes. Escaldado, Jobim disse não ter presenciado nada beligerante na conversa entre os dois, que ocorreu em seu escritório, em Brasília.
Voltei
Se é verdade ou mentira, pouco importa. Monica começou a trabalhar para a Polícia Federal e também está interessada em saber quem fala e quem não fala com VEJA? Amiga de José Dirceu e ex-namorada de seu advogado, José Luís de Oliveira Lima, ela escreve uma notinha que faz dar a impressão de que tudo não passou de uma espécie de tramoia da oposição — e, se é assim, não pode faltar o nome de Serra. Adivinhem se isso não vai alimentar hoje o JEG…
“Quarto elemento”? Que “quarto elemento”? Quer-se criar a impressão de que “Serra sempre está por trás de tudo”. Por trás do quê? Por que Lula não nega, ele próprio, de viva voz, o conteúdo de sua conversa com Gilmar Mendes, em vez de se esconder numa nota emitida por seu instituto? Ele está seguro de que não saiu espalhando a história por aí?
Um troço assim integra o esforço para fazer de Lula — que estava assediando ministros do Supremo, e eles sabem que isso é verdade — uma pobre vítima das oposições malvadas. Como Serra continua (e isso é mesmo impressionante!) a personificar a oposição no país, então por que não sacar seu nome? Quem sabe ajude a dar uma forcinha, de quebra, para Fernando Haddad…
De resto, ainda que Serra tivesse telefonado para Jobim e dito “Pô, atende a VEJA”, isso quereria dizer exatamente o quê? Nada!
Vou sugerir à revista que monte uma equipe para apurar como os outros veículos fazem reportagens. Que tal? Dá pra ser supercriativo. Há certas coisas que vão além do aceitável. Tenham paciência!
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 31-05-2012

Não é só no Brasil, Reinaldo. Em outros "jardins" é a mesmíssima coisa: escolhe-se um alvo, sempre alguém que, por qualquer razão, ameaça o establishment, e escrevem-se longas e apuradíssimas "reportagens" como quantas mensagens o alvo teria recebido de um ex-espião, ficamos sabendo que o alvo jantou com A, B + C. Também estava presente D, que é primo de B; A trabalhava na mesma empresa onde também trabalhavam B, C e todo o abecedário... Afinal, qual a contravenção ou o crime do ministro?

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