quarta-feira, 25 de julho de 2012

Aposentado Aerus analisa as "sérias consequências que sofrerá a economia do Rio Grande do Sul"

Altair Paz
Ilma. Sra. Presidente, ou Presidenta, como a senhora prefere:
Sei que o ”ILUSTRÍSSIMA” não é o termo indicado para o cargo que a senhora possui, mas é que a palavra "excelência" foi tão maltratada pelo congresso, que de seu conteúdo só ficou a forma, foi-se a essência. Assim, na minha modesta opinião e liberdade de expressão, lhe presto minha homenagem como pessoa ilustre que é. O motivo desta missiva virtual é cientificar-lhe da grande expectativa do povo, da COMUNIDADE DO AERUS, (afinal, somos em maior número do que muitos municípios brasileiros), sobre o acatamento, por parte do governo, da sentença do juizado federal responsabilizando a União pela falência do nosso Instituto de Seguridade. (QUE NOS DAVA SEGURANÇA PARA VIVER DIGNAMENTE).
No momento em que os carimbos de “ACATE-SE”, “CUMPRA-SE” e “PAGUE-SE”, com a devida assinatura da senhora ou o seu preposto, for oficializada, é meu dever informá-la das sérias consequências que sofrerá a economia do meu Rio Grande amado e do resto dos estados, porém em menor grau, com tal medida. Saiba a senhora que o PAC, que tantos incentivos tem recebido à custa de bilhões em renúncia fiscal, no Rio Grande do Sul terá um crescimento espontâneo, fecundo, mavioso, por conta da liberação desses pecúlios represados há tantos anos.
Mal comparando, os milhares e milhares de beneficiários e seus dependentes, já chegando na terceira geração, estão posicionados naquela posição clássica de maratonistas, aguardando o tiro de largada para iniciarem a corrida rumo ao supermercado, farmácia, lojas, shopping centers e que tais. As ações da Free Boi e Sadia/Perdigão sofrerão uma alta instantânea por conta da procura desenfreada por costelão, picanha, alcatra, maminha, frango, linguiça, carré, mais acompanhamentos, como farinha de mandioca, sal grosso, carvão, batata inglesa e ovos, usados na maionese caseira, salsinha e cebolinha, vinagre, cerveja, cachaça e limão, açúcar etc. Veja que mexida no mercado, com uma simples ida ao açougue, por parte dessa indiada com a demanda reprimida. Mas a coisa não para por aí: será criado um efeito cascata que afetará todos os segmentos produtivos do Estado. Por exemplo, o costelão. 


Depois de bem limpos pelos queixais nervosos e famintos da gaúchada os ossos serão atirados para a cachorrada ansiosa, que os abocanhará e os arrastará para debaixo da casa ou para o fundo do quintal, desaparacendo por um bom tempo, curtindo a lua-de-mel, comendo devagarinho, que é para durar bastante. “Nem que a vaca tussa eles largarão o osso”, como se diz por aqui, sendo que em Brasilia este ditado tem o mesmo significado. E que quantidade macanuda de ossos que vai ser!
Com isto a segurança ficará afetada, o que obrigará o governo do Estado a aumentar o efetivo da brigada militar. Só os três enxovais que um brigadiano recebe para trabalhar nos climas diferenciados do Rio Grande – tempo frio, tempo quente e tempo das praias – já vão pagar horas extras nas indústrias de tecidos, cintos, calçados, chapéus e bonés, armas, letais e não letais, porretes de camboim, munições, viaturas,relatórios, B.Os., prisões, processos, advogados, juizes e até julgamentos no STF, que Deus nos livre e guarde. No interior, a Cavalaria da Brigada Montada, famosa no mundo inteiro, tanto quanto a do Canadá, demandará mais cavalos, arreios, celas, esporas, ração balanceada, veterinários, vacinas, remédios... E não para por ai. Logo as gurias louras vão querer ir para o Rio para aprender outro idioma. Como é sabido por todos, as louras do meu Rio Grande têm uma grande facilidade de assimilar o “carioquês”, falando fluentemente em menos de uma semana o que para outros povos é quase impossível. Quando voltam, se voltam, têm muita dificuldade de retomar o idioma nativo acrescentando, com frequência, “voxeis” em lugar do “tu”, “doixx”, “seixxx” e outras barbaridades. Mas que vá! Faz parte da cultura a pessoa demonstrar que fala outra língua. Isto, e outras ações do turismo na terceira idade, vão gerar um aumento no tráfego aéreo entre o Salgado Filho e o Galeão, obrigando a Gol (sucessora da VARIG, só no nome mas não no espírito) a reativar o voo 101, com saída ao meio-dia e meia (ou meia hora), com almoço quente e sobremesa de sagu, arroz de leite ou ambrosía. Se não houver lugares disponíveis, será aconselhado utilizar a Viação Penha; nunca a Tam, que é aviação de Memorial de Gaúcho.
Como vê, Ilustríssima Presidenta, os impactos benéficos na economia do Rio Grande do Sul poderão até mexer no Pibezinho nacional, já que é de conhecimento mundial que o gaúcho, solidário e altaneiro, estará disposto a repartir o seu PIB avantajado com o resto da nação, caso o “ACATE-SE”, “CUMPRA-SE” e “PAGUE-SE” seja efetivado.
Aceite os meus agradecimentos pelo seu precioso tempo dispendido na leitura desta missiva.
Cordialmente,
Texto: Altair Paz, Aposentado Aerus, Campo Bom, RS, 25-7-2012
Edição: JP


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