Camilo Lourenço
O que há de errado nesta notícia?
"Anúncios de emprego oferecem mais dinheiro a serralheiros que a advogados, arquitectos e engenheiros". Há alguma coisa de errado nesta notícia? Não, não há. Está tudo no "site" do IEFP.
Em três mil ofertas de
emprego, os salários oferecidos a canalizadores e serralheiros são pelo menos
iguais aos de engenheiros, advogados e até arquitetos. Há um pedido para um
engenheiro mecânico em Lousada, que tem de saber Inglês, Francês e Castelhano,
cujo salário prometido (600 euros), é duzentos euros inferior ao de um montador
de tubagens em Valença, um torneiro mecânico em Alcobaça e um serralheiro mecânico
em Pombal!
O que explica este fenômeno, susceptível de desencorajar os jovens mais determinados em estudar (de que vale passar anos a queimar pestanas para acabar a ganhar mal)? Simples: oferta e procura. Nos últimos vinte anos cresceu o número dos que procuram "canudo", muitos obtidos em universidades "manhosas", em detrimento de candidatos a cursos técnicos. E como ninguém quer ser torneiro, serralheiro etc (a função não dá "status"), o preço dos serviços prestados pelos poucos técnicos nestas áreas cresceu.
Quem não se viu aflito para contratar um eletricista ou canalizador quando tem um problema em casa? E quando se encontra, paga-se os olhos da cara...
Esta situação é o espelho da sociedade portuguesa: existe a obsessão pelo "canudo", em vez da obsessão por um curso com utilidade para a economia: veja-se as vagas, no ensino superior, para a área de Informática e compare-se com Direito... Enquanto isto for assim teremos desemprego elevado, falta de mão-de-obra qualificada e dificuldade em captar investimento estrangeiro.
O que explica este fenômeno, susceptível de desencorajar os jovens mais determinados em estudar (de que vale passar anos a queimar pestanas para acabar a ganhar mal)? Simples: oferta e procura. Nos últimos vinte anos cresceu o número dos que procuram "canudo", muitos obtidos em universidades "manhosas", em detrimento de candidatos a cursos técnicos. E como ninguém quer ser torneiro, serralheiro etc (a função não dá "status"), o preço dos serviços prestados pelos poucos técnicos nestas áreas cresceu.
Quem não se viu aflito para contratar um eletricista ou canalizador quando tem um problema em casa? E quando se encontra, paga-se os olhos da cara...
Esta situação é o espelho da sociedade portuguesa: existe a obsessão pelo "canudo", em vez da obsessão por um curso com utilidade para a economia: veja-se as vagas, no ensino superior, para a área de Informática e compare-se com Direito... Enquanto isto for assim teremos desemprego elevado, falta de mão-de-obra qualificada e dificuldade em captar investimento estrangeiro.
Título e Texto: Camilo Lourenço, Jornal de Negócios, 22-7-2012
Pois, pois... divirtamo-nos com os grandes, fundamentais e vitais assuntos deste combalido país:
A licenciatura de um ministro – que não roubou, não subornou, se "aproveitou", em rigor, do que a Universidade oferecia, como o fariam todos os hipócritas que o criticam e insultam – ó hipocrisia e dor de cotovelo disgusting! Falando neste ministro... já em agosto de 2011, na revista Visão, do Grupo Impresa, de Francisco Balsemão, começava o tiroteio...
E vai continuar, quer dizer, piorar... Foi só ouvir o que Balsemão disse na cerimônia de posse do novo presidente-executivo desse grupo, Pedro Norton...
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