Bruno Garschagen
Basicamente, porque cada
empresário vai se comportar de uma determinada forma, de acordo com seu caráter
e princípios (se houver) e os incentivos do setor em que atua. Num ambiente de
livre mercado, mesmo os maus empresários serão obrigados a trabalhar para
atender o consumidor porque estará exposto à concorrência.
Lembrei dessa posição do
liberalismo ao ler esta reportagem sobre o preço dos automóveis no Brasil no site do jornal O Globo:
— Lucro de montadora no Brasil é maior que em qualquer lugar do
mundo, pelo menos o dobro. O mercado automobilístico no Brasil é protegido,
taxam-se os importados e há concentração forte das vendas nas quatro grandes marcas.
Lá fora, as maiores têm cerca de 30% do mercado — afirma ele.
Muita gente ainda acha que o
preço absurdo dos bens em Terras de Vera Cruz são o resultado quase exclusivo
da inegável e pornográfica carga tributária, que no setor automobilístico atinge
32% do preço final, o dobro do registrado no mercado internacional. Além da
carga tributária, há o igualmente obsceno Custo Brasil, mas esse parágrafo que
reproduzi acima parece-me expor o problema central que é a política
protecionista adotada pelo governo que beneficia segmentos específicos da
atividade econômica em detrimento de todos os outros e prejudica diretamente a
sociedade.
Não se engane com a retórica
oficial: quando o governo escolhe os vencedores, ou seja, aqueles setores que
terão algum imposto reduzido ou qualquer outro benefício, quem paga a conta
somos todos nós.
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