domingo, 26 de agosto de 2012

Rafael Correa dá asilo político a fundador do WikiLeaks, mas força jornalista equatoriano a viver fora do país

Emilio Palacio completou um ano em Miami, obrigado a ficar longe do Equador por escrever artigo criticando o governo

No Equador, os cartazes lado a lado de Assange e Palacio representam casos com tratamentos diferentes Foto: Dolores Ochoa/
Para muitos, é uma contradição. Para outros, hipocrisia. Enquanto o governo do Equador mantém a concessão de exílio a Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, o jornalista equatoriano Emilio Palacio completou na sexta-feira um ano em Miami, forçado a ficar longe do seu país. Motivo: Palacio escreveu, em fevereiro do ano passado, um artigo crítico que desagradou ao presidente do Equador, Rafael Correa, o mesmo governante que agora concede exílio a Assange. E o que, um ano atrás, Correa fez em relação a Palacio? Processou-o.
Na ocasião, Palacio era editor de opinião do principal jornal equatoriano, o El Universo, de Guayaquil. Com ele, foram condenados, por um Judiciário apinhado de juízes indicados pelo presidente, os três proprietários do diário, seus patrões à época. Além da pena de prisão, a multa chegava a US$ 40 milhões. Entidades jornalísticas, mundo afora, protestaram contra o que definiam como arbítrio.
Correa, nos últimos dias, comprou uma disputa diplomática com a Grã-Bretanha pelo direito de dar o exílio a Assange – responsável pelo vazamento de informações diplomáticas sigilosas via WikiLeaks. Em entrevista à BBC, disse que o governo britânico usa “dois pesos, duas medidas” ao ameaçar invadir a embaixada do seu país em Londres para extraditar o fundador do WikiLeaks à Suécia (onde ele é processado por crime sexual). Tudo porque, em novembro do ano passado, manifestantes iranianos que protestavam contra sanções da Grã-Bretanha ao Irã invadiram a embaixada britânica. E houve condenações internacionais, até das Nações Unidas.
Na sexta-feira, o governo britânico manifestou desejo de negociar com o Equador, enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) apoiava o país sul-americano, com uma resolução.
Em entrevista para Zero Hora, Palacio conta que obteve visto de trabalho e está com a mulher e seus dois filhos em Miami – mas não conseguiu emprego. Vive das economias familiares e conta com os serviços públicos para a educação e a saúde da família. Diz que não pode nem pensar em voltar para o Equador, porque, mesmo tendo sido perdoado pelo governo (com os ex-patrões), deixou de ser primário.
Claro, explica, não houve a anulação do processo. Palacio teme ser preso no seu país.
Título e Texto: Léo Gerchmann, Zero Hora, 25-8-2012

Repare na foto, amável leitor: a bandeira norte-americana desenhada na boca do coitadinho. Por que não a bandeira da Suécia que acusa este coitado de crime sexual? Porque a bandeira sueca não causaria nenhuma emoção, já que a Suécia (ainda) não é alvo de rancores esquerdistas, ainda não.
Sabe o que seria o ideal, caro leitor? Eu sei que é muito difícil abrir exceções à lei, sob pena de virar “direito”, mas, neste caso, seria a liberdade e a democracia, as verdadeiras, contra a falta delas e contra a hipocrisia. Então, já imaginou a Suécia “perdoar” e retirar as acusações ao coitado; os EUA também retirarem as acusações; e o coitado sair da Embaixada do Equador, solto e livre? Livre para ir para onde quisesse? Nossa! Seria ótimo ver a cara de bunda dos dois, do coitado e do “Libertador”. Este, seria obrigado a escolher outra ladainha para aparecer. Aquele, que prefere viver em países democráticos, ver-se-ia obrigado a ir para o Equador, mesmo contra a vontade. Lá ficaria até a poeira assentar e, tão logo que possível, reapareceria num país europeu pavoneando-se.

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