Para aqueles que acompanham as sapientes decisões do STF em assuntos
polêmicos, as suas sábias sentenças provocam uivos de dor no desacreditado
Salomão.
É flagrante que os doutos Ministros de há muito jogaram no lixo da
esbórnia, a desmoralizada imparcialidade. De alguma forma, iniciam o estudo dos
cabulosos casos ao seu alvedrio com prévias premissas, entre elas só Deus sabe,
o atendimento de um poder maior, que não é a sua consciência.
Os casos esdrúxulos são tantos, que a memória pode falhar, mas em rápido
retrospecto, podemos citar, lamentando, o da Raposa Serra do Sol, a bênção à
família gay, as cotas raciais nas escolas e outras entidades.
Ah sim, o repasse ao ex-presidente de sua decisão de extraditar o
Battisti. Flagrantemente é um poder subordinado ou submisso, como queiram.
Alguns endossam nossas considerações, alegando que os 12 Ministros foram
guindados ao mais alto patamar jurídico pelos últimos presidentes de triste
memória (Sarney, o decano; Collor, um; FHC, dois; Lulla, oito). É provável.
O julgamento do Mensalão, acreditamos piamente que no seu conjunto será
uma tremenda decepção, poderá apontar alguns Ministros que ainda têm na consciência
o chamado “dever de justiça”, e embalados no imponente cargo e
responsabilidades que possuem e, corajosamente, se posicionem contra o “establishment”.
Nem que seja para dar um certo quê de credibilidade ao Tribunal. Por
exemplo, na votação contra o Dirceu, o resultado poderá ser de 6 a 5 ou 6 a 4
(no caso de o Ministro César Peluso não votar todos os itens do processo,
antecipadamente) a seu favor.
Num caso destes, não adianta espernear, alguns votarão que o individuo
era culpado. Pronto, o subterfúgio será o suficiente para acalmar a insana
galera.
Nossas lamentosas reflexões ocorrem devido à recente absolvição do
Deputado João Cunha.
“Sem firulas”, causou espanto, cremos, até para o acusado.
Quem não se lembra das suas iniciais desculpas esfarrapadas para o
recebimento dos 50 mil. E conversa vai, conversa vem, é lançada em desespero, a
alegação de que a sua esposa fora ao banco retirar o dinheiro.
“Fulana passa no banco e retira uns 50 mil para comprar umas bolsas ‘Louis
Vuiton’ que você está precisando”.
E esta passou a ser a versão vencedora, a qual por mais estapafúrdia que
possa parecer foi confirmada pelo imparcial Ministro, como a verdadeira, sem
qualquer deslize.
Por ora, estamos apenas abrindo a caixinha. Exceto, uns faniquitos
do Ministro Barbosa, uma grata surpresa, o restante deverá ser o de sempre, “sem
novidades no front”.
Surpresa seria se chamassem o ex- presidente.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília,
DF, 25 de agosto de 2012
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