João César das Neves
“As guerras não são ganhas com
evacuações” (Winston Churchill, discurso na Câmara dos Comuns, 4 de Junho de
1940). Esta frase é um aviso simples, mas sempre necessário. A Inglaterra tinha
conseguido um grande sucesso, retirando-se face aos nazis triunfantes no
continente, através de uma operação audaciosa e heróica. O primeiro-ministro,
em vez de um discurso de sucesso, teve a coragem e sensatez de lembrar este princípio
simples. Por grandioso que fosse o acontecimento de Dunquerque, o problema
continuava por resolver.
Este é um conselho importante
no actual momento sócio-económico da vida nacional. As recentes manifestações
obrigaram o Governo a recuar na subida da TSU. Mas a satisfação de tantos com
esse triunfo é tolo. Ouvindo-o, até parece que os inimigos são os ministros e
que derrotá-los melhora algo na situação. É importante lembrar que o mal não
estava na TSU. Uma vez impedida a sua subida, o desequilíbrio nacional, como as
forças nazis do outro lado da Mancha, continua tão ameaçador como sempre. A
alegria pela humilhação do Governo, por justificada que seja, nada resolve.
Quer dizer que só houve
evacuações? Não. Tivemos também uma “vitória – uma vitória notável e definitiva”
(Winston Churchill, discurso na Mansion House, 10 de Novembro de 1942). Desde
Junho, e ao fim de mais de 25 anos, as exportações subiram acima das
importações. Isto é uma prova que, ao contrário do que tantos dizem, a receita
está a funcionar. “Mas isto não é o fim. Nem sequer o princípio do fim. É,
talvez, o fim do princípio” (idem).
Título e Texto: João César das Neves, Destak,
27-9-2012
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