quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Produção, satanização e traição

Valfrido M. Chaves

Os professores japoneses não precisam curvar-se diante do imperador, assim como os padeiros de Viena podiam portar suas espadas frente a seu imperador, pois, certa feita, na madrugada, deram alarme sobre uma invasão turca que se iniciava sobre a cidade. Os professores, em reconhecimento por seu serviço em prol da sociedade japonesa, têm aquele privilégio. No Brasil é diferente, pois há um estamento social que, sendo um dos esteios da Nação, é objeto de sistemática tentativa de satanização. É o fazendeiro, o produtor rural. O sucesso dessa campanha é tal que, em sua identificação, o homem do campo evita usar a expressão tradicional “fazendeiro”. Por falta de méritos positivos não é que essa classe seja, perversamente, satanizada. De 72 para cá, se dobramos a área cultivada, nela triplicamos a produção. O plantio direto e a entre-safra acabaram com a monocultura e transformaram os plantios em áreas fixadoras de Carbono. Entretanto, o ato de preparar a terra, antes denominada de “beneficiar a terra”, é chamada hoje, em certas mídias e universidades, como “devastar”, ainda que não se plante no ar, mas sobre o solo limpo, após a retirada do Cerrado ou Matas. Surgiu a idolatria da árvore, a serviço de um eco colonialismo, para entravar e satanizar a produção alimentar brasileira. Certo ecologismo de asfalto quer verbas, poder e alimentação abundante, mas parece pensar que o leite dá no saquinho. Ou que dinheiro cai do céu. Seu poder é tal que, certa feita, disse o Zeca do PT, então governador: “se fossemos fazer hoje a estrada de ferro que corta o Pantanal até Corumbá, as Ongs não deixariam nem discutir o assunto.” Belo Monte? Será para o Brasil do futuro o que hoje é Itaipú na atualidade, mas vejam as tentativas de entravá-la, coordenadas pelos mesmos envolvidos na criação da “nação guarani” em nossas fronteiras... Sabe-se que três forças mobilizam a militância eco maledicente: a ideológica, a geopolítica e a neurótica. A ideológica, de ranço marxista, busca fragilizar a segurança jurídica da propriedade privada que realizou nosso extraordinário avanço na produção alimentar; a geopolítica, de origem externa, que busca entravar uma agricultura superior e com a qual o setor externo não pode concorrer, mesmo subsidiado em um bilhão de dólares por dia; a neurótica, que inspira emocionalmente aqueles manipulados pelos interesses externos. São infantilmente empenhados em por na “mãe natureza” o cinto de castidade que, quando crianças, queriam vestir na mamãe, motivados pelo ciúme edípico, natural na infância, mas neurótico no adulto. O fim da monocultura, com a multicultura anual; a fixação de carbono, com o plantio direto; a diminuição do uso dos agrotóxicos, com o plantio dos transgênicos; a maior produtividade, nada satisfaz a comunidade neurótica-ideológica. Uma das faces mais sórdidas da traição contra aqueles que, tantas vezes carregaram a nação nas costas, fixaram fronteiras, tiraram a nação das praias, compraram suas terras com legitimidade e autorizados pelo Estado brasileiro, pagaram impostos por décadas e mais décadas, produzem alimento para todas as nações, se revela no indigenismo internacional. Com apoio de setores do Estado brasileiro sem responsabilidade para com seus atos anteriores, brasileiros do campo são expulsos da Constituição, de suas terras e de seus direitos como nem narco-traficantes que destroem nossa juventude o são. E sob aplausos e financiamentos externos. Que Nação no mundo tolera esse tipo de coisa? Que povo se acumplicia e se curva a tais traições, sem coragem até para denunciar o que se passa?
Título e Texto: Valfrido M. Chaves, Psicanalista, Fazendeiro

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