terça-feira, 23 de outubro de 2012

Acordo de última hora com Irã para negociar controle da ONU sobre seu programa nuclear cheira a "jogada eleitoral" de Obama.

Francisco Vianna
Na novela de suspense internacional em torno da nuclearização iraniana, em princípio, os EUA e o Irã parecem ter chegado a um acordo, pela primeira vez, para se dedicarem a negociações – ponto a ponto – sobre a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU do programa nuclear persa, conforme declararam autoridades da Casa Branca, estabelecendo um cenário para o que poderá ser a última tentativa diplomática antes de um ataque militar às instalações nucleares iranianas.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do regime islamofascista do Irã, tem a última palavra sobre se as negociações irão mesmo ocorrer ou não.
Há, no entanto, uma enorme desconfiança por parte do público americano de que tal “acordo” seja uma “jogada eleitoral” de Obama e Democratas, uma vez que afirmam que as autoridades iranianas querem que tais negociações esperem o resultado das urnas nos EUA para “que saibam com quem iriam negociar”, segundo um funcionário veterano da Casa Civil de Obama. Tal acordo seria o resultado de trocas de mensagens intensivas e secretas entre as autoridades estadunidenses e iranianas que estariam ocorrendo desde o início do mandato de Barak Obama e, “por coincidência” acontece exatamente a duas semanas do dia das eleições presidenciais americanas e na semana anterior ao debate final entre os dois candidatos com pauta decidida sobre segurança nacional e política externa. Será que Obama contratou marqueteiros políticos do PT brasileiro?!
O circo começa a ser montado para oferecer ao eleitor americano a imagem de um Obama que está prestes a conseguir um feito diplomático que coroaria os esforços de uma década das potências mundiais em obter o controle internacional das ambições nucleares persas. O tiro, no entanto, poderá sair pela culatra, se o Ocidente considerar tudo isso como mais uma manobra, entre as muitas outras, dos persas apenas ganharem mais tempo.
Por outro lado, não está nada claro que Mitt Romney, o oponente Republicano de Obama, caso vença as eleições, irá dar continuidade a tais “negociações”, uma vez que tem repetidamente criticado o presidente por mostrar fraqueza perante o iraniano e por fracassar em mostrar um apoio firme a Israel contra a alegada ameaça nuclear do Irã ao estado judeu.
Todavia, oficialmente, a Casa Branca nega que tal acordo de reiniciar negociações ponto a ponto tenha sido alcançado, dizendo textualmente que “não é verdade que os EUA e o Irã tenham acordado recomeçar tais negociações ou outro qualquer encontro após as eleições americanas”, disse ontem Tommy Vietor, um porta-voz do governo de Obama. Mas “esclareceu” que Washington está aberta a elas, e “disse que o governo está preparado para tais negociações bilaterais”. 
Os relatos sobre o acordo começaram a circular entre pequenos grupos de diplomatas envolvidos com o Irã, mas parece claro que a iniciativa pode não se concretizar mesmo que Obama seja reeleito. O Irã tem uma reputação internacional de usar a diplomacia para prometer coisas que mais adiante não cumpre, apenas com a finalidade de ganhar tempo. Não se sabe, segundo os funcionários americanos, se o líder supremo aiatolá Ali Khamenei, assinou ou não o esforço diplomático. É bem provável que não.
A capacidade iraniana de enriquecer urânio é discutida entre Democratas (de esquerda) e Republicanos (de direita), os primeiros afirmando que o enriquecimento até o nível de produção de eletricidade e de usos médicos seria tolerável desde que a AIEA tivesse um acesso completo ao processo, e os últimos afirmando que todo o processo envolve grandes riscos que de o uso militar logo sairia do controle da ONU. Em todo o caso, Romney defende a adoção de uma “linha vermelha” cuja ultrapassagem determinaria a ação militar conjunta para a destruição das instalações nucleares persas, mesmo que isso viesse a desagradar russos e chineses. Mitt Romney acredita que é inaceitável o fato do Irã dispor de ogivas nucleares. 
Será, em boa parte, durante o debate final entre os dois candidatos, na semana que vem, que o eleitor americano poderá ter uma ideia se tudo isso é ou não uma “jogada eleitoreira de última hora de um Obama realmente apreensivo por não conseguir sua reeleição”.
Título e Texto: Francisco Vianna (com base na mídia internacional)

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