quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Governo Federal


Peter Wilm Rosenfeld
Passado o episódio “eleições”, o Brasil pode retomar sua vida normal, com uma diminuição significativa de todas as “falsidades” que vinham sendo ditas e espalhadas pelo País afora.
Mas antes, não posso deixar de mencionar a nova especialidade do Sr. da Silva, qual seja, a de “eleitor de postes”, alcunha que não foi cunhada por mim, mas que penso sentar como uma luva no ex-presidente (minúscula proposital).
A “invenção” do Sr. Fernando Haddad, e sua eleição por margem relativamente folgada foi um feito extraordinário.
A única atenuante a tão estrondoso sucesso é o fato de que o Sr. Serra já há muito deu o que tinha que dar; grande parte de sua derrota tem que ser atribuída ao próprio que, politicamente, já era.
Penso que os paulistanos estavam cansados de ver e ouvir o candidato que não tinha nada de novo para alardear. E imaginar e crer que, na primeira oportunidade que aparecesse o Sr. Serra renunciaria. Seria perfeitamente natural: ele já o fizera antes!
O candidato do bispo Edir Macedo (perdão, mas já esqueci seu nome...) era um candidato mais improvável ainda. E o próprio bispo, que pode enganar muita gente por muito tempo, já gastou sua quota no Brasil, tanto assim que vive no exterior.
Mas isso não diminui o “mérito” do Sr. da Silva. Afinal o Sr. Haddad foi o pior Ministro da Educação de que tenho lembrança, e não passei por poucos em meus tantos anos de votante (voto desde a queda do ditador Getúlio Vargas...).
O Sr. Haddad comandou as trapalhadas do ENEM em suas várias fases. Patrocinou as famosas cartilhas sobre os “gays”.
E fazia ar de bobo cada vez que surgia um desses problemas, aquele famoso ar de quem diz “não tenho nada a ver com isso...”
Naturalmente, o resultado encheu o balão do Sr. da Silva, que passou à categoria de semi-Deus em matéria eleitoral. Certamente seremos obrigados a conviver com esse cidadão ainda durante muitos anos.
Felizmente, ele e seu partido (e o da Sra. Rousseff) perderam em algumas cidades importantes, notadamente Manaus, Salvador na Bahia, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre; em algumas dessas, a Sra. Rousseff e seu padrinho se empenharam pessoalmente.
O que estamos constatando aqui no País é que “esse negócio de eleições” funciona; que nossas urnas eleitorais, ao que tudo indica, funcionam mesmo. Aliás, todo o sistema funciona, pois a logística de entregar e de fazer funcionar as urnas em todo o país, mesmo nos cantos mais recônditos da Amazônia e na caatinga do Nordeste, ao que eu saiba, não foi motivo de qualquer queixa.
As vitórias de candidatos da oposição em algumas tantas cidades importantes fazem crer que, à medida que o sistema é mantido e repetido, as coisas eventualmente “erradas” continuarão diminuindo e chegarão a zero.
É claro que em pleitos em que há ganhadores haverá perdedores. Mas os motivos das perdas resultam tão-somente da escolha do eleitorado, e os partidos precisarão aprimorar seus cuidados nas escolhas de candidatos e, claro, também em seus procedimentos perante a sociedade.
Penso que, ao nos aproximarmos do fim do ano, e vencida a etapa da eleição, podemos estar até orgulhosos de nosso País.
Por um lado, nosso Supremo Tribunal Federal está julgando o que penso ser o maior processo já submetido a ele em toda sua história.
E o está fazendo com observância de todas as normas constitucionais e de processo em vigor.
Cada Juiz tem preparado e submetido seus votos com inteira liberdade (a única coisa que podemos lamentar é que o último dos juízes nomeados pelo Sr. da Silva seja absoluta e totalmente incompetente, ignaro mesmo). Mas vergonha quem passa é ele mesmo (e, se tiver algum resquício de vergonha, o Sr. da Silva que o nomeou, sabendo que não possuía os requisitos mínimos para integrar a Corte).
O que está acontecendo é um belo exemplo de como a justiça deve funcionar!
Depois do STF, o segundo fato marcante foi a realização da eleição para Prefeitos em todas as cidades brasileiras, de que já me ocupei.
O que pode e deve nos preocupar é o despreparo do País para fazer frente aos requisitos de energia e de combustíveis (que por vezes se confundem).
Já sofremos alguns apagões nessas últimas semanas, com a indicação de que deverão vir outros. O sistema não é seguro e está no limite de sua capacidade.
O mesmo sucede com o consumo de petróleo e de seus derivados. Nesse requisito o Sr. da Silva, acompanhado da Sra,.Rousseff e do Sr. Sergio Gabrielli, que presidiu a Petrobrás durante todos os oito anos de mandato do Sr. da Silva, deveriam ser fortemente penalizados por haverem proclamado, com fanfarras que o País havia se tornado auto-suficiente em petróleo. Mentira deslavada.
Escrevi a respeito em 10.05.2006 e, mais uma vez, em 07.11.2007, mas nada aconteceu. E olhem que não sou especialista no assunto!
O Sr da Silva esquece (e parece que a Sra. Rousseff o acompanha) que a mentira tem pernas curtas, como diz um velho ditado brasileiro.
Alias, estamos mal. O Sr. FHC foi fortemente criticado devido a um apagão de energia elétrica ocorrido no final de seu mandato.
E o que tem acontecido no Brasil recentemente? Vários apagões, aos quais são dados os nomes mais ridículos, mas que são, na verdade, apagões mesmo!
Sugiro ao governo da Sra. Rousseff que tenha um pouco mais de respeito para com os consumidores brasileiros!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre, 31 de outubro de 2012

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