Passado o episódio “eleições”,
o Brasil pode retomar sua vida normal, com uma diminuição significativa de
todas as “falsidades” que vinham sendo ditas e espalhadas pelo País afora.
Mas antes, não posso deixar de
mencionar a nova especialidade do Sr. da Silva, qual seja, a de “eleitor de
postes”, alcunha que não foi cunhada por mim, mas que penso sentar como uma
luva no ex-presidente (minúscula proposital).
A “invenção” do Sr. Fernando
Haddad, e sua eleição por margem relativamente folgada foi um feito
extraordinário.
A única atenuante a tão
estrondoso sucesso é o fato de que o Sr. Serra já há muito deu o que tinha que
dar; grande parte de sua derrota tem que ser atribuída ao próprio que,
politicamente, já era.
Penso que os paulistanos
estavam cansados de ver e ouvir o candidato que não tinha nada de novo para
alardear. E imaginar e crer que, na primeira oportunidade que aparecesse o Sr.
Serra renunciaria. Seria perfeitamente natural: ele já o fizera antes!
O candidato do bispo Edir
Macedo (perdão, mas já esqueci seu nome...) era um candidato mais improvável
ainda. E o próprio bispo, que pode enganar muita gente por muito tempo, já
gastou sua quota no Brasil, tanto assim que vive no exterior.
Mas isso não diminui o
“mérito” do Sr. da Silva. Afinal o Sr. Haddad foi o pior Ministro da Educação
de que tenho lembrança, e não passei por poucos em meus tantos anos de votante
(voto desde a queda do ditador Getúlio Vargas...).
O Sr. Haddad comandou as
trapalhadas do ENEM em suas várias fases. Patrocinou as famosas cartilhas sobre
os “gays”.
E fazia ar de bobo cada vez
que surgia um desses problemas, aquele famoso ar de quem diz “não tenho nada a
ver com isso...”
Naturalmente, o resultado
encheu o balão do Sr. da Silva, que passou à categoria de semi-Deus em matéria
eleitoral. Certamente seremos obrigados a conviver com esse cidadão ainda
durante muitos anos.
Felizmente, ele e seu partido
(e o da Sra. Rousseff) perderam em algumas cidades importantes, notadamente
Manaus, Salvador na Bahia, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre; em algumas
dessas, a Sra. Rousseff e seu padrinho se empenharam pessoalmente.
O que estamos constatando aqui
no País é que “esse negócio de eleições” funciona; que nossas urnas eleitorais,
ao que tudo indica, funcionam mesmo. Aliás, todo o sistema funciona, pois a
logística de entregar e de fazer funcionar as urnas em todo o país, mesmo nos
cantos mais recônditos da Amazônia e na caatinga do Nordeste, ao que eu saiba,
não foi motivo de qualquer queixa.
As vitórias de candidatos da
oposição em algumas tantas cidades importantes fazem crer que, à medida que o
sistema é mantido e repetido, as coisas eventualmente “erradas” continuarão
diminuindo e chegarão a zero.
É claro que em pleitos em que
há ganhadores haverá perdedores. Mas os motivos das perdas resultam tão-somente
da escolha do eleitorado, e os partidos precisarão aprimorar seus cuidados nas
escolhas de candidatos e, claro, também em seus procedimentos perante a
sociedade.
Penso que, ao nos aproximarmos
do fim do ano, e vencida a etapa da eleição, podemos estar até orgulhosos de
nosso País.
Por um lado, nosso Supremo
Tribunal Federal está julgando o que penso ser o maior processo já submetido a
ele em toda sua história.
E o está fazendo com
observância de todas as normas constitucionais e de processo em vigor.
Cada Juiz tem preparado e submetido
seus votos com inteira liberdade (a única coisa que podemos lamentar é que o
último dos juízes nomeados pelo Sr. da Silva seja absoluta e totalmente
incompetente, ignaro mesmo). Mas vergonha quem passa é ele mesmo (e, se tiver
algum resquício de vergonha, o Sr. da Silva que o nomeou, sabendo que não
possuía os requisitos mínimos para integrar a Corte).
O que está acontecendo é um
belo exemplo de como a justiça deve funcionar!
Depois do STF, o segundo fato
marcante foi a realização da eleição para Prefeitos em todas as cidades
brasileiras, de que já me ocupei.
O que pode e deve nos
preocupar é o despreparo do País para fazer frente aos requisitos de energia e
de combustíveis (que por vezes se confundem).
Já sofremos alguns apagões
nessas últimas semanas, com a indicação de que deverão vir outros. O sistema
não é seguro e está no limite de sua capacidade.
O mesmo sucede com o consumo
de petróleo e de seus derivados. Nesse requisito o Sr. da Silva, acompanhado da
Sra,.Rousseff e do Sr. Sergio Gabrielli, que presidiu a Petrobrás durante todos
os oito anos de mandato do Sr. da Silva, deveriam ser fortemente penalizados
por haverem proclamado, com fanfarras que o País havia se tornado
auto-suficiente em petróleo. Mentira deslavada.
Escrevi a respeito em
10.05.2006 e, mais uma vez, em 07.11.2007, mas nada aconteceu. E olhem que não
sou especialista no assunto!
O Sr da Silva esquece (e
parece que a Sra. Rousseff o acompanha) que a mentira tem pernas curtas, como
diz um velho ditado brasileiro.
Alias, estamos mal. O Sr. FHC
foi fortemente criticado devido a um apagão de energia elétrica ocorrido no
final de seu mandato.
E o que tem acontecido no
Brasil recentemente? Vários apagões, aos quais são dados os nomes mais
ridículos, mas que são, na verdade, apagões mesmo!
Sugiro ao governo da Sra.
Rousseff que tenha um pouco mais de respeito para com os consumidores brasileiros!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre, 31
de outubro de 2012
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