quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Axioma Político de Portugal

Maurício Barra
O postulado óbvio ainda não consensual sobre o nosso próximo futuro político surge em duas intervenções sucessivas de Vítor Gaspar, o qual, sabendo que o determinante económico é sempre o principal decisor social, permite-se dizer aquilo que os políticos “da política” ainda evitam ou temem abordar.
Primeiro disse: se querem pagar menos impostos, as despesas públicas têm de diminuir; agora disse o mesmo, mas ao contrário: para manter estas despesas públicas, têm de se aumentar os impostos.
É este o axioma da nossa política, agora que todos conhecemos de cor os indicadores fundamentais da economia portuguesa, tão longamente ocultados ao longo do governo autoritário de Sócrates.
Passado este e o próximo ano, nos quais teremos de observar o acordo de ajustamento com os nossos credores, a divisão política do país estará, para quem defender a permanência no Euro, na União Europeia e na Nato, na elasticidade da fórmula de proporcionalidade entre o Estado Social que queremos e o nível de impostos que estamos dispostos a pagar.
De um lado estarão os que constituíram como “vaca constitucionalmente sagrada” este Estado Social sobredimensionado em que ainda vivemos, exclusivamente público, sustentado no empobrecimento dos portugueses e que nos levou à porta da bancarrota; do outro lado estará quem defender uma justa proporção entre um Estado Social eficaz, com dispositivos complementares públicos e privados (na Segurança Social, Saúde e Educação) que libertem as famílias portuguesas do garrote taxativo que lhes rouba o conforto económico e impede uma saudável economia de mercado interna.
Este axioma dividirá definitivamente a esquerda, entre a esquerda democrática europeia e esquerda putchista herdeira do PREC; e obrigará os sociais- democratas e os democratas cristãos a terem uma política clara que valorize tanto a eficácia na gestão pública do Estado, como os direitos económicos individuais dos portugueses.
Porque então Portugal estará mais farto do que agora: já chega de estarmos sempre a pagar a factura do descalabro em que a esquerda deixa o país.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache, 25-10-2012

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