Amigos, todos,
Abaixo, o artigo da semana.
A corrupção, no Brasil, é
endêmica. Deve ter sido herdada de nossos ascendentes de muito tempo atrás, e
não há quem consiga debelar esse mal, apesar de mais de mil promessas de
dirigentes políticos passados e presentes (e arrisco dizer, futuros...).
A que essa situação levará o
País dentro de poucas décadas? Não me atrevo a dar palpites...
Um grande abraço a todos,
Peter Wilm Rosenfeld
A CORRUPÇÃO FEDERAL
A sociedade brasileira está em
festa, com o “julgamento do século” em curso.
Ontem foram anunciadas as penas
de três dos principais políticos envolvidos no caso, um deles o próprio chefe
da quadrilha, assim classificado pelo Procurador-Geral da República, o
ex-deputado, ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Aliás, esse cidadão está se
expondo ao ridículo ao afirmar que o Supremo Tribunal Federal, considerado o
verdadeiro guardião da Constituição Federal, está agindo ao arrepio da CF/88!
Se, com isso, o Sr. Dirceu
quer se referir à ausência do verdadeiro Chefe da quadrilha, Sr. Lula da Silva,
concordaria com ele (em artigo anterior referi que, em minha opinião, o grande
ausente entre os réus era o ex-presidente).
Se não for essa a opinião do
Sr. Dirceu, razão pela qual considera o julgamento uma agressão à Constituição,
o ridículo é atroz.
Lastimo que as penas agora
decididas só comecem a valer daqui a uns seis ou mais meses, tempo em que os
condenados ficarão livres e soltos para cometerem outras insanidades.
Inclusive, se quiserem,
asilar-se em uma embaixada de qualquer um dos países com governos esquerdistas
das Américas. O recolhimento dos passaportes, determinados pelo relator, não
será óbice para esse tipo de ação. Isso no que repeita ao mensalão.
Há uma outra grande, enorme,
maracutaia (apud Sr. da Silva) em andamento, da qual, parece-me, a sociedade
não se deu conta: a que envolve a Construtora Delta, que se tornou a maior
empreiteira das obras federais.
Parece-me que, para todos os
efeitos, os PACs 1 e 2, lançados pelo Sr. da Silva há já muitos anos como
representando a redenção do Brasil e dos quais a então Ministra Rousseff era a
Gerentona, estão mortos e enterrados (nem mais se faz referência a eles).
Mas não é bem assim!
Dos PACs não se fala mais, mas
da ou na Construtora Delta, que se transformou em um verdadeiro laranjal (com
dezenas de laranjas operando a seu redor) corre dinheiro às mancheias! Dinheiro
supostamente do PAC!
De acordo com a Controladoria
Geral da União, a empresa passou a ser inidônea, o que significa que não pode
ser contratada por qualquer órgão público.
Mas os laranjas estão aí mesmo
para que nada se modifique.
Outro caso que foi notícia
quente há não muito mas que não mais é motivo de preocupação é o do Sr. Cachoeira.
“Dono” da jogatina em máquinas
caça-niqueis, começou a ser processado e, de repente “sumiu” do cenário. Não se
fala mais nele!
O ex-dono (!) da Delta, Sr.
Cavendish, também sumiu para todos os efeitos. Disse “ex-dono” porque, ao que
sei pelas notícias, o Sr. Cavendish se afastou da empresa de maneira que nada
precisasse mudar, exceto os registros nas Juntas Comerciais...
E o grande protetor dessa
“operação” é o Sr. Sérgio Cabral, cuja turma vai de jatinho a Paris quando
deseja festejar mais livremente qualquer evento.
Aliás, o Governador Cabral
ameaçou não realizar qualquer jogo da Copa de Futebol em estádios cariocas e
não sediar os Jogos Olímpicos de 2016 se o governo federal mantivesse sua
proposta política de distribuição dos royalties de petróleo!
Se há um político brasileiro
que deveria ser punido por suas ações políticas é, exatamente, o Sr. Sérgio
Cabral.
Lembro-me muito bem que, no
início de sua carreira, que começou como deputado estadual, era filiado ao
PSDB. Na época, eu residia no Rio de Janeiro e votei nele exatamente por ser
desse partido.
Quando da posse, o PMDB
ofereceu ao Sr. Cabral elegê-lo Presidente da Assembléia Legislativa se se
transferisse para esse partido, o que fez incontinenti, face a sua ânsia de
presidir a Assembléia.
Que beleza de caráter, não é mesmo?
Em meu entender, o político
que trocasse de partido durante o mandato deveria perder sua condição política
(senador, deputados federais e estaduais e vereadores, sem exceção), até a
próxima eleição. Talvez, mas só talvez, isso faria com que o troca-troca insano
cessasse.E, com certeza, a corrupção endêmica dos políticos brasileiros (com as
exceções que provam a regra) mudaria rapidinho!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS),
14 de novembro de 2012
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