Ernesto Ribeiro
Só os maiores medalhões da música pop são convidados a cantar um tema de
007. Mas somente os melhores conseguem interpretar uma canção-tema realmente
arrebatadora. É nesse teste de fogo que a fofurinha docinho de coco Adele mostra porque afinal ela é a MAIOR e
MELHOR cantora do mundo, vendendo muito mais discos do que qualquer estrela
poser-armação fabricada pela mídia (recentemente a pior e mais podre delas
passou pelo Brasil).
Desde que lançou seu primeiro
disco aos 19 anos de idade, a cantora e compositora Adele já arrebatou mais
troféus da crítica do que qualquer outro, e bateu os recordes de vendagens e
premiações de gente graúda com Michael Jackson e Whitney Houston --- simplesmente CANTANDO com a força e
domínio de mestra suficientes para suceder Amy Winehouse como a nova Rainha da
Música Pop sem precisar se meter em nenhum escândalo, nem armar teatrinho. Como
toda artista genuína, ela tem como combustível de inspiração a infelicidade: entre um álbum e outro,
se apaixonou, adiou as gravações, perdeu o amor tragicamente, mergulhou num
poço de lágrimas, ficou reclusa, engordou (muito!) se recusou a perder peso e
então gravou o segundo álbum, muito melhor ainda. Dizem que Adele é um tanto
depressiva às vezes, mas eu acho que ela é apenas VERDADEIRA. É uma voz arrancada do fundo da alma. É
uma deusa de talento tão descomunal que não é surpresa ela ter composto e
cantado a Melhor Canção-tema de James Bond, no filme mais artisticamente denso
de toda a série. E olha que a concorrência é fortíssima.
Numa interpretação sensível,
delicada e elegante, com arranjo monumental e perfeitamente cadenciado, ela se
entrega por inteiro, nos inspirando os sentimentos mais fortes, do encanto
entusiasmado até a mais funda melancolia — e sem deixar que pese demais na
canção a sensação de desespero e depressão que o personagem estaria sentindo ao
cair
do céu para o fundo das águas e experimentar a passagem do fim da vida
para a morte. Basta acompanhar a letra e entender o que Adele diz sobre a alma
do agente em seu momento mais dramático. É o limite final, na hora da verdade.
E Adele cumpre a missão: a cena
dos créditos de abertura de SkyFall é um sonho alucinógeno, um delírio magistral
que espelha brilhantemente como um homem de ação veria sua vida de aventuras
passando diante de seus olhos em poucos minutos. Com a melhor trilha sonora
possível. Não consegue imaginar? Então, só vendo. E ouvindo.
Título, Imagens e Texto: Ernesto Ribeiro, 16-11-2012
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