segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Carta de um palestino que vive no Brasil

Amigos, leiam e reflitam sobre o texto que nos enviou o Ahmed, um palestino que desde menino pequeno vive no Brasil, mas tem família na Palestina. Acresci alguns comentários meus ao texto (escritos em letra azul) a título de maiores informações.
É algo que deve ser lido e refletido por todos os amantes da verdade dos fatos.  
Saudações,
Francisco Vianna


Amigos,
Meu nome é Achmed Assef, sou palestino e vivo no Brasil atualmente.
Desde que se iniciaram novamente os conflitos no Oriente Médio, não se fala em outra coisa a não ser nesta guerra infeliz que tanto vem fazendo vítimas dos dois lados.
Nasci na Palestina, um país que ainda não existe oficialmente, e quando a situação ficou insustentável para minha família, tivemos o feliz e sagrado convite de um amigo de meus pais a virmos para o Brasil, e desde os meus 5 anos de idade, moro neste lindo país acolhedor.
Quando digo que a situação na Palestina ficou insustentável, não estou me referindo aos inúmeros conflitos com o exército de Israel ou com os religiosos judeus que mantinham suas casas lindas em território palestino, e que hoje essas mesmas casas foram tomadas à força pelos terroristas, mas sim de uma insustentabilidade provocada pelos próprios "governantes" palestinos em todos esses anos.

Comentário 1 – Não apenas religiosos judeus viviam na Faixa de Gaza e ainda vivem na Cisjordânia (West Bank), mas também uma maioria de colonos judeus, todos pacíficos e produtivos e que, acima de tudo, sempre respeitaram profundamente a religião muçulmana. Muitos saíram da região espontaneamente quando a violência antissionista explodiu na área, mas muitos foram retirados à força e tiveram as suas casas demolidas pelo próprio governo de Tel Aviv

Para quem está no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, na segurança de seu lar e de sua vizinhança, não vai conseguir imaginar nunca o que é viver em Gaza. Somente de lembrar a minha breve infância nas cidades em que vivi me dá um aperto no coração e tenho vontade de chorar, porém, ninguém que esteja no conforto de seus lares e também recebendo milhares de informações, fotos e notícias do atual conflito, pode imaginar o que é se sentir traído por aqueles que se intitulam líderes palestinos.
Os hoje intitulados ‘líderes palestinos’ nunca quiseram um Estado Palestino. E eu posso falar isso em alto e bom-tom, porque é uma verdade. Se quisessem, teriam-no criado antes de 1948, quando ainda não existia o Estado de Israel; se quisessem, o teriam feito em 48 também quando a ONU decidiu pela criação de dois Estados, mas nossos ‘grandes Líderes’ preferiram incitar o povo à violência de lutar contra os judeus do local a fazer lobby por um Estado palestino viável.

Comentário 2 – A não criação de um Estado Palestino é uma realidade que se situa muito além da existência de vontade ou não desses “líderes” criados e apoiados por outros países antissionistas (Síria, Líbano do Hezbollah, Irã, entre outros). A causa principal de não ser possível a criação de um “estado palestino regular” é a incapacidade dessa gente em produzir qualquer coisa, além de montar mísseis cujas peças são contrabandeadas pela fronteira com o Egito pelo Hamas e outros grupos ‘jihadistas’ enviadas de graça, principalmente pelo Irã. À época da dominação britânica da região e antes da chegada dos judeus para a criação de Israel, as populações que habitavam a Palestina, Judéia, Cisjordânia e adjacências eram nômades e viviam, de oásis em oásis, de atividade extrativista e de comércio de trocas por caravanas. Quando foi criado de fato o Estado de Israel, quase oito anos antes da criação de direito pela ONU, os judeus tentaram ficar, aculturar, dar mercado de trabalho e educar a todos os palestinos numa tentativa de integrá-los à população de Israel, e os muitos palestinos que vivem hoje em Israel, são convictamente israelenses e, o mais importante, têm toda a liberdade e respeito dos judeus para professarem a religião muçulmana. Mas muitos rejeitaram essa possibilidade, levados por intensa campanha ideológica dos estados antissionistas vizinhos que os convenciam a lutar contra os “invasores” judeus e pela “independência” de uma Palestina que ninguém sabe até hoje onde começa e onde acaba. Tal contingente populacional fixou-se em Gaza, basicamente na cidade de mesmo nome, construída por britânicos e judeus na Cisjordânia, para onde foi a maioria não aceita pelo reino (árabe) da Jordânia. O resultado é que tanto a antiga OLP de Yasser Arafat como a atual AP (de Abbas), criações internacionais como tentativas para se criar um Estado Palestino (como recomendara a ONU em 1948), sempre viveram do dinheiro enviado por outros países – via ONU – e, basicamente, dos EUA e – pasmem! – de Israel. Se esse ‘mensalão’ internacional parar de chegar à “autoridade palestina”, ela simplesmente fecha e desaparece. O povo palestino de Gaza e da Cisjordânia, simplesmente, não tem um PIB que permita a criação e manutenção de um Estado Palestino regularizado e capaz de assegurar a soberania sobre um território, qualquer que possa ser ele definido na região.

Não quiseram também os líderes palestinos quando os territórios, chamados "ocupados por Israel" e que hoje estão em sua grande maioria em nosso domínio, cedidos de volta pelos judeus, criar um Estado palestino. O que dizer então da mais recente escalada de violência, quando ocorreu a segunda intifada causada pelo grande líder Arafat que em 2000 rejeitou o melhor acordo de paz de todos os tempos (Camp David) proposto pelo premiê israelense Ehud Barak e quando, mais uma vez, se incitou o povo palestino à violência e a brutalidade através de homens-bomba, enquanto a família do Sr. Arafat vivia com regalias, mordomias e riquezas em Paris, tudo fruto de doações dignas estrangeiras à OLP, mas que nunca chegaram ao povo sofrido da Palestina.
Ao invés de comprar comida, água, remédios, e de oferecer uma vida digna e boa ao povo palestino, nossos “líderes” preferiram o caminho da violência, da brutalidade e da estupidez de promover o ódio e a discriminação contra o povo judeu, que se não são anjos, mas também não são os demônios como pregam nossos líderes.
As mesmas crianças que hoje morrem inocentemente no colo de suas mães, são as mesmas que recebem ‘criação e educação militar’, desde cedo, aprendendo a odiar Israel e o povo judeu, a atirar com armas pesadas com menos de 5 anos de idade, e ainda recebem a lavagem cerebral de se tornarem mártires explodindo-se para causar ainda mais vítimas do outro lado.

Comentário 3 – Os tais “líderes palestinos”, antes da OLP e hoje do Hamas e do Fatah, sob a inspiração do Hezbollah sulibanês e de outros grupos jihadistas, propositadamente situam seus arsenais e quartéis-generais próximos a escolas, hospitais, mesquitas, mercados, e outros locais de grande concentração de civis porque sabem que qualquer ataque israelense a esses locais provavelmente causará um número considerável de mortes entre civis, principalmente de mulheres e crianças, aumentando, conforme a vontade deles, em maior número possível, os “mártires do Islã”, com o intuito de promover mundialmente o crescimento do ódio antissionista.

Os líderes palestinos não possuem nenhum sentimento humanitário como se espera para uma população cansada e calejada de sofrimento. Pois se tivessem, não mandariam para o suicídio seus parentes e suas crianças, enquanto esses covardes assassinos escondem-se em outros países ou ate mesmo utilizando escudos humanos dentro da população civil, como vemos hoje na faixa de Gaza. O Hamas, que há muito tempo vem promovendo barbáries dentro e fora de Gaza, desde que em seu único ato inteligente na história, transformou-se em partido político somente para dar legitimidade ao seu terrorismo jihadista praticado diariamente nas ruas de Gaza, matou, perseguiu, torturou e aniquilou todos os "inimigos" membros do Fatah, o partido moderado que hoje é representado pelo incapaz Mahmoud Abbas, Presidente da “Autoridade Palestina” e que hoje ‘controla’ apenas a Cisjordânia.
Senhores, como pode um grupo terrorista, dizendo-se ‘líder do povo palestino’, matar nossos irmãos, nossa própria gente? Como entender que eles não estão defendendo nosso povo, mas sim seus próprios ideais que não refletem a opinião da maioria desse meu povo palestino? Matar palestinos somente porque não concordam com seus atos e ideias é arcaico, totalitário, nazifascista, e acima de tudo terrorista. Sobrou a Cisjordânia para o Fatah e que se não tomarem cuidado, servirá de base para mais atos de violência dos terroristas do Hamas.
Vocês podem argumentar que os terroristas do Hamas praticam ‘atos sociais’ e de solidariedade, mas não acreditem em tudo que veem na mídia e muito menos em tudo que ouvem. Para que vocês consigam compreender, faço uma analogia com os traficantes das favelas do Rio de Janeiro, pois é legitimo o que eles fazem? Aliciar crianças inocentes para o tráfico de drogas, colocando armas pesadas em suas mãos? Acredito que não, mesmo que esses traficantes promovam ‘atos sociais’ e ‘atos solidários’ junto aos moradores dos morros onde estão alojados. Continuam desrespeitando o direito das crianças crescerem com educação saudável e não para a guerra, como os terroristas do Hamas fazem hoje.
Amigos brasileiros, a quem tanto respeito e tanto quero bem, faço um apelo, como palestino, como muçulmano, mas acima de tudo como um ser humano que não aguenta mais ver a ignorância e a falta de conhecimento por parte de muitas pessoas neste lindo Brasil sobre a realidade do Oriente Médio: parem de atacar Israel, parem de atacar os judeus e também parem de achar que o povo palestino é somente de terroristas. Há muita gente boa, inocente e que não quer mais conflitos com os israelenses e não os odeiam, assim como não odeiam os americanos.
Muita gente lá, incluindo minha família, está cansada de tanta dor e sofrimento e sabemos que devemos ter uma convivência pacífica com Israel, Afinal, é de Israel que vem nossa água, nossa comida, nosso trabalho e nosso dinheiro.

Comentário 4 – Ou seja, toda a colaboração possível, tanto internacional como por parte de Israel, foi feita para que se criassem condições para se erigir um Estado Palestino, amigável, produtivo e soberano. Infelizmente isso não está sendo possível não apenas pela incapacidade social do povo palestino, mas, principalmente, pelo esforço dos países antissionistas de usarem a população local como bucha de canhão na sua decadente e imoral ‘jihad’ islâmica antissionista e antiocidental. 

Israel inclusive nos oferece ajuda militar, sabiam? Quando houve o acordo com a Autoridade Palestina no governo de Arafat, a polícia de Israel treinou muitos de nossos homens que não queriam envolvimento com o conflito estimulado pelo antissionismo para que pudessem trabalhar na ordem de nossas cidades. Como assim? Israel ofereceu treinamento para seus supostos inimigos? Sim, porque essa inimizade é apenas suposta e artificialmente insuflada. Os judeus, inclusive, nos forneceram armamentos e equipamentos para que tivéssemos nossa própria segurança.
Terroristas que tentaram e não conseguiram se explodir nas cidades de Israel, receberam atendimento médico nos hospitais israelenses! E muitas das escolas em Israel promovem a educação igualitária com alunos palestinos e judeus, convivendo em perfeita harmonia e recebendo educação sadia e de respeito ao próximo. Diferentemente do que acontece em Gaza, por exemplo.
Se nossos líderes não fossem tão burros e estúpidos, nosso povo sofrido não teria mais o que reclamar, pois em Israel estão as maiores oportunidades para um palestino que vive em Gaza ou na Cisjordânia e quem tem um mínimo de inteligência, sabe que não vai conseguir nunca “varrer Israel do mapa” ou “exterminar todos os judeus”, como apregoam certos líderes maníacos do nosso lado.
Quanto ganharíamos se estivéssemos do lado de Israel e dos judeus? Por que aqui no Brasil a convivência entre os dois povos sempre foi motivo de orgulho e quando estamos em sociedade ganhamos em tudo?
Meu tio recebeu visto de trabalho em Israel. Todos os dias levantava cedo e ia trabalhar em Israel e voltava de noite para sua casa em Gaza. Quando o Hamas tomou o poder à força e iniciou seus diários ataques às cidades israelenses, meu tio perdeu o emprego e a fronteira foi fechada. A culpa é de Israel? Do meu tio que nunca odiou os judeus? Não, a culpa é dos terroristas do Hamas. Meu tio hoje continua não odiando os israelenses nem os judeus. Vive na Síria, onde a situação não é das melhores, mas lá não há grupos terroristas como o Hamas ou como o Hezbollah que somente acabam com a vida dos cidadãos de bem.
O povo palestino foi expulso de diversos países chamados "amigos dos palestinos", incluindo Jordânia, Líbano, Síria e Líbia. O Egito fecha a sua fronteira com Gaza porque não nos querem por lá, inclusive no tratado de paz com Israel, na devolução do Sinai ao Egito, foi oferecido por Israel devolver Gaza também e os egípcios não quiseram porque chamaram de ‘terra sem lei’ e o pior lugar do mundo para se viver. 

Comentário 5 – É, ao que parece, o único país no mundo a aceitar palestinos e disposto a integrá-los à sua cidadania é Israel – o inimigo, segundo cretinos antissionistas ‘líderes’ do povo palestino.

Por que países fortes e com um território gigantesco como Arábia Saudita, Jordânia, Irã e outros não tão grandes, mas muito ricos, como o Kwait, os Emirados Árabes ou o Qatar não nos recebem de braços abertos? Preferem somente financiar atentados terroristas e mandar todo seu dinheiro para “os líderes palestinos terroristas” e que não pensam no bem-estar da população, mas somente em enriquecimento próprio e incentivo ao ódio e a intolerância aos judeus?
Por isso, meus amigos, escrevo esta mensagem. Sei que esta carta não vai fazer nenhum dos dois lados pararem com o atual conflito e muito menos mudar o pensamento dos líderes que hoje determinam o rumo do meu povo palestino, mas se servir para fazer o povo brasileiro pensar nisso e entender que não precisamos importar um conflito que não serve pra nada aqui e também para que todos vocês realmente entendam quem são os principais responsáveis pela matança generalizada que ocorre atualmente em Gaza, fico feliz.
Israel não é culpado, mas está se defendendo dos irresponsáveis líderes terroristas palestinos que diariamente atacam o nosso vizinho com seus ‘nada caseiros’ foguetes para depois se esconderem atrás de mulheres e crianças, colocando toda a culpa nos israelenses, enquanto esses terroristas que infelizmente também são palestinos covardemente se escondem em áreas altamente populosas para causar ainda mais mortes e ganharem fotos sensacionalistas nos jornais do mundo todo.
O povo palestino também não é culpado, o povo palestino, tirando esses terroristas que são minoria, quer a paz, quer o convívio pacífico com Israel e com os judeus. Quer uma vida digna e viver em seu território chamando-o de lar, sem precisar fugir para qualquer outro país maravilhoso como o Brasil como eu fiz, pois a Palestina é o melhor lugar para um palestino viver.
Pensem nisso antes de escolher algum lado no conflito, mas acima de tudo, escolham o lado da paz, da tolerância e do respeito com quem quer que seja.
Grato,
Achmed Assef, 19-11-2012

2 comentários:

  1. Recebi há minutos na minha caixa postal uma "recomendação" para esquecer Assef, pois esta carta, informa o mensageiro, teria sido escrita em 2009.
    Para mim, podia ter sido escrita antes de Moisés, não muda em nada a minha percepção e opinião sobre aquela região...

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  2. Esses conflitos, de meio irmãos,podemos contar: a/c e d/c.
    ABRAÇOS Janda.

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