segunda-feira, 26 de novembro de 2012

É difícil exagerar a falta de vergonha do PS

Henrique Raposo
Não, não estou a falar da amnésia que domina as hostes do Rato. Não, não estou a falar da ausência de um período de nojo das pessoas que conduziram o país à bancarrota: andam por aí, no parlamento, nos jornais, nas TVs, como se fossem anjos acabadinhos de aterrar. Estou a falar, isso sim, do estilo nepotista que os senadores do PS utilizam na protecção de alguns seres, como Ricardo Rodrigues ou Armando Vara. Repare-se nas palavras que Almeida Santos usou para defender Vara, que, como se sabe, está a ser julgado por tráfico de influências: "começou a trabalhar aos 14, sempre a subir, sempre a triunfar. Três vezes ministro, duas vezes deputado, membro do Secretariado do PS. De um modesto funcionário da CGD chegou a administrador. Acha que se não fosse sério, tinha este currículo? Desonestidade não conduz a estes lugares". É notável, não é? Armando Vara passou de caixa a banqueiro, porque tinha o cartão do PS, porque teve um amigo, Sócrates, que o colocou nas administrações. Dá para suportar a incompetência governativa do PS, mas esta prepotência não se suporta. Esta falta de vergonha é o pior de tudo. É enjoativa, cheira mal, cheira a fim de qualquer coisa.
Os lordes do Rato acham que somos todos tontinhos. E, se calhar, somos: tirando um ou outro jornalista, estas declarações e atitudes de gangue-que-protege-sempre-os-seus-façam-eles-o-que-fizerem vai passando entre os intervalos da chuva.
Título e Texto: Henrique Raposo, Expresso, 26-11-2012 

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