Fernando Moreira de Sá
Não, não vou discutir se a
Greve Geral foi um sucesso ou um fracasso. Não. A Greve Geral foi o que teve de
ser e que sempre será: um direito dos trabalhadores. Uns fizeram. Outros não.
Como em todas as outras desde o 25 de Abril. Prefiro sublinhar outro facto: a
existência desse direito. É algo que nos deve confortar. É sinal que,
felizmente, a democracia impera.
O que me surpreende,
profundamente, foi o valente tiro no pé dado por alguns radicais. A tendência de muitos será chamar-lhes
"esquerda radical". Erro. Aquilo não é nem esquerda nem direita. É
estupidez, pura e dura. Ao atacarem à pedrada a polícia esquecem algo
fundamental: muitos daqueles agentes até defendem os motivos que levaram a CGTP
a realizar mais uma greve. Também eles e as suas famílias estão a sofrer as
consequências da crise e sendo, como são, funcionários públicos, sofrem na pele
os cortes nos seus vencimentos.
Pior, simbolicamente,
estiveram entretidos a apedrejar a Assembleia da República. Ignorando que ela é
a marca essencial da Democracia. Uns por ignorância. Outros, os mais perigosos,
por motivações políticas - não gostam de liberdade e desejam secretamente viver
numa sociedade ditatorial onde impere os seus princípios de xenofobia, racismo,
etc.
Porém, não perceberam os
sinais dados pela população portuguesa. Os portugueses não gostam de radicais.
Cada pedra arrancada da calçada e atirada aos polícias e à AR teve um efeito
boomerang. O mesmo efeito que está a ter a eterna greve dos estivadores junto
da opinião pública. A CGTP cedo o percebeu e por isso se demarca dos radicais.
As suas pedradas abafam os objectivos dos sindicatos. Os cânticos estilo claque
"ultra" de futebol dos estivadores afastam os moderados. E
envergonham os democratas.
Título e Texto: Fernando Moreira de Sá, Forte Apache,
15-11-2012
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