quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O golpe do troco da balinha

Sueli Guerra

Me lembrei de um fato ocorrido comigo quando residia em Aracaju.

Na padaria em frente ao condomínio, tinham o hábito de nos devolver trocos com balas e eu sempre reclamei, pois variavam esses trocos. Tinha dia que R$0,30 valiam 3 balas, mas tinha dias que 3 balas valiam R$0,70. Combinei com o dono da padaria que todas as vezes que ele me desse troco em balas eu anotaria num caderninho, na presença dele, para mostrar a disparidade com que ele variava o troco em quantidade das balas. Era mais ou menos assim: Dia X = R$0,70 equivaleram a 5 balas. Dia Y + R$0,40 equivaleram a 2 balas e assim fui juntando as balas em casa. Um dia eu vi que a quantidade de balas dava pra eu fazer uma boa compra na padaria e comprei pães, refrigerantes, queijo etc. e ele registrando tudo no caixa.

Eu, macaca velha, já tinha visto anteriormente quantas balas representavam a minha compra e quando ele registrou o valor e estendeu a mão para receber o dinheiro, joguei um saco imenso de balas no balcão. Ele tomou um susto e perguntou o que significava aquilo. “Estou pagando a conta”. De novo ele retrucou e eu, bem alto, escandalosamente, na hora em que a padaria estava cheia, respondi: “Se as suas balas valem como dinheiro pra me dar troco, também vale pra eu pagar minhas compras” e abri o caderninho separando cada dia quantas balas correspondiam os valores diferenciados, com isso congestionei a caixa e ele foi obrigado a receber as minhas balas e me liberar.

Quando o meu marido foi lá, mais tarde, ele fez queixa de mim e perguntou como ele conseguia viver tantos anos com aquela “jararaca”. Meu marido ficou sem graça e nada respondeu, e chegou em casa, meio sem graça, e me contou e me chamando atenção pelo pagamento com as balas. Eu não perdi a cena, desci na mesma hora e fui até o cara safado e com o dedo na cara dele, na frente da freguesia gritei: “Jararaca á a puta da sua mãe que lhe pariu, seu corno!”

E saí, mas nem sempre dá pra fazer isso. Principalmente em supermercados e lojas grandes. Eu já fiz isso até em ônibus e brigo pelo meu troco seja o centavinho que for.

Pago pra não fazer escândalo, mas pago também pra não sair.
Sueli Guerrra, 21-11-2012

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