Reinaldo Azevedo
Caros, vai abaixo um texto longo, dos
mais importantes, creio, que já escrevi neste blog. Se gostarem, passem adiante
para o debate. Acho que ele capta o espírito de um tempo. Avaliem.
Os valores democráticos, ao menos como os conhecemos, estão em declínio. E, se a democracia já não é mais como a conhecemos, então democracia não é, mas outra coisa, ainda a ser definida. Lembro, de cara, que a palavra “democracia” não é um fetiche, que deva ser necessariamente adorado. As pessoas podem, a exemplo de Lênin, Stálin, Hitler, Mao e outros tantos que os seguiram repudiá-la — e, com a palavra, os valores que encerra. No que me diz respeito, continuo apegado à tradição democrática. Refiro-me àquele regime baseado na representação, que garante a plena liberdade de organização da sociedade, que repudia a censura à opinião e que se pauta pela igualdade dos homens perante a lei. Eu o considero uma experiência civilizatória, não apenas um método de tomada de decisão pautado pela eficiência. Fosse assim, convenham, a ditadura dispõe de instrumentos bem mais convincentes até para promover o bem comum! De fato, a democracia não tem nem o monopólio das boas intenções e das boas realizações. Não se é um democrata convicto apenas por pragmatismo. O valor exclusivo da democracia, meus caros, é a liberdade.As experiências de engenharia social oriundas do socialismo — que se multiplicaram em correntes várias, que guardam, sim, aquela matriz, mas estão bastante transformadas hoje — foram minando pouco a pouco os pilares da democracia como a conhecemos. À medida que uma ideia abstrata de igualdade — QUE TAMBÉM PODE SER PROMOVIDA POR UMA DITADURA! — tomou o lugar da liberdade como elemento distintivo e exclusivo do regime democrático, valores essenciais dessa experiência civilizatória foram entrando em declínio. Episodicamente, pragmáticos do ultraliberalismo se uniram às esquerdas renovadas (que já não querem mais, claro!, a planificação da economia de modelo soviético) no que chamo de desprestígio (e até de ódio) à democracia.Há um bom tempo venho percebendo esse movimento no Brasil e em vários outros países. O resultado das eleições americanas deu o ensejo para que adoráveis autoritários — alguns nem mesmo sabem o nome do que praticam — expusessem todas as suas tentações. Das vocações supostamente as mais libertárias, ouvi a satanização da divergência, da oposição, do contraditório. E não só no Brasil. Editoriais de jornais americanos jogam fora os fatos e a história do país para emprestar ao resultado das urnas a expressão de uma suposta vontade coletiva de que Barack Obama seria uma espécie de antena ou de demiurgo, de sorte que opor-se a ele, como fazem os republicanos (que crime!), passa a ser encarado como sabotagem, expressão do atraso, do reacionarismo, coisa de “macho, branco e velho”. Nessa perspectiva, a nova metafísica é “mulher, latina e jovem” (ainda voltarei a esse aspecto).
Os valores democráticos, ao menos como os conhecemos, estão em declínio. E, se a democracia já não é mais como a conhecemos, então democracia não é, mas outra coisa, ainda a ser definida. Lembro, de cara, que a palavra “democracia” não é um fetiche, que deva ser necessariamente adorado. As pessoas podem, a exemplo de Lênin, Stálin, Hitler, Mao e outros tantos que os seguiram repudiá-la — e, com a palavra, os valores que encerra. No que me diz respeito, continuo apegado à tradição democrática. Refiro-me àquele regime baseado na representação, que garante a plena liberdade de organização da sociedade, que repudia a censura à opinião e que se pauta pela igualdade dos homens perante a lei. Eu o considero uma experiência civilizatória, não apenas um método de tomada de decisão pautado pela eficiência. Fosse assim, convenham, a ditadura dispõe de instrumentos bem mais convincentes até para promover o bem comum! De fato, a democracia não tem nem o monopólio das boas intenções e das boas realizações. Não se é um democrata convicto apenas por pragmatismo. O valor exclusivo da democracia, meus caros, é a liberdade.As experiências de engenharia social oriundas do socialismo — que se multiplicaram em correntes várias, que guardam, sim, aquela matriz, mas estão bastante transformadas hoje — foram minando pouco a pouco os pilares da democracia como a conhecemos. À medida que uma ideia abstrata de igualdade — QUE TAMBÉM PODE SER PROMOVIDA POR UMA DITADURA! — tomou o lugar da liberdade como elemento distintivo e exclusivo do regime democrático, valores essenciais dessa experiência civilizatória foram entrando em declínio. Episodicamente, pragmáticos do ultraliberalismo se uniram às esquerdas renovadas (que já não querem mais, claro!, a planificação da economia de modelo soviético) no que chamo de desprestígio (e até de ódio) à democracia.Há um bom tempo venho percebendo esse movimento no Brasil e em vários outros países. O resultado das eleições americanas deu o ensejo para que adoráveis autoritários — alguns nem mesmo sabem o nome do que praticam — expusessem todas as suas tentações. Das vocações supostamente as mais libertárias, ouvi a satanização da divergência, da oposição, do contraditório. E não só no Brasil. Editoriais de jornais americanos jogam fora os fatos e a história do país para emprestar ao resultado das urnas a expressão de uma suposta vontade coletiva de que Barack Obama seria uma espécie de antena ou de demiurgo, de sorte que opor-se a ele, como fazem os republicanos (que crime!), passa a ser encarado como sabotagem, expressão do atraso, do reacionarismo, coisa de “macho, branco e velho”. Nessa perspectiva, a nova metafísica é “mulher, latina e jovem” (ainda voltarei a esse aspecto).
Pausa para um momento emblemático.
Depois retomo.
Assistia ontem ao Jornal da Globo. O correspondente Marcos Uchoa apresentou uma reportagem sobre a escolha do novo dirigente máximo da tirania chinesa. Falou-se das conquistas econômicas do país (o modelo é eficiente), das novas gerações que se beneficiam do crescimento (promove-se o bem comum…) etc. e tal. E só um pouquinho da ditadura. Tendo como fundo a eleição americana, lembrou-se que também o regime chinês escolherá seu dirigente máximo, mas sem consulta popular. Então Uchoa disse o seguinte:
“Do comunismo, só restou o nome. Essa geração que vai assumir o poder é de filhos de antigos membros importantes do partido e é uma elite bem-educada e que hoje descartou dogmas ideológicos do passado e se concentra nas peças-chave da política: poder e dinheiro. Na mesma semana, o mundo vai ver duas maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo.”
Assistia ontem ao Jornal da Globo. O correspondente Marcos Uchoa apresentou uma reportagem sobre a escolha do novo dirigente máximo da tirania chinesa. Falou-se das conquistas econômicas do país (o modelo é eficiente), das novas gerações que se beneficiam do crescimento (promove-se o bem comum…) etc. e tal. E só um pouquinho da ditadura. Tendo como fundo a eleição americana, lembrou-se que também o regime chinês escolherá seu dirigente máximo, mas sem consulta popular. Então Uchoa disse o seguinte:
“Do comunismo, só restou o nome. Essa geração que vai assumir o poder é de filhos de antigos membros importantes do partido e é uma elite bem-educada e que hoje descartou dogmas ideológicos do passado e se concentra nas peças-chave da política: poder e dinheiro. Na mesma semana, o mundo vai ver duas maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo.”
Comento
Não
estou atribuindo intenções sub-reptícias ao repórter, de cujo trabalho não
tenho nenhuma opinião. Nunca parei para pensar nisso. Também não o tomo como um
pensador que deva ser contestado porque, afinal, influente e capaz de formar
escola. Não! A questão é ainda mais séria. Temo que ele tenha sido apenas
porta-voz de uma concepção corrente — ou que pode se tornar corrente. Um dos
principais telejornais do país, da emissora mais importante e com maior
audiência, sustenta que a eleição de um presidente nos EUA, sob o regime
democrático (ainda), e a escolha do novo tirano chinês são “maneiras bem
diferentes de jogar o mesmo jogo” — assim como, sei lá, Barcelona e Chelsea
correndo atrás da bola. Uchoa estabelece as peças-chave da política: “poder e
dinheiro”. Até Delúbio Soares poderia dizer a mesma coisa.Reitero: não estou
tentando acusá-lo de ser um defensor de tiranias ou algo assim, mas o “jogo”
que Obama ainda joga é outro — cada vez mais contaminado, é verdade, nos EUA,
no Brasil e em várias outras democracias por aquele “esporte” que se pratica na
China. E não! É falso que, naquele país, só tenha restado do comunismo o nome,
Marcos Uchoa! Restou também, e isto é fundamental, o modelo de organização
política. A fala do repórter tem importância porque ela é a plena expressão de
um tempo em que a igualdade (ou o bem-estar social) tomou o lugar da liberdade
como valor essencial da democracia. Como escrevi logo de início, também as
ditaduras podem fazer coisas boas para as pessoas — como provam, no Brasil, o
Estado Novo e o Regime Militar. Fim da pausa para um momento emblemático.
Retomo
Muito bem! Os republicanos perderam a eleição. E daí? Atribui-se a derrota — como se ela tivesse sido vexaminosa, submetendo o partido ao ridículo, o que é uma piada — a suas convicções, que seriam ultrapassadas, conservadoras, reacionárias. Escolham entre esses e outros adjetivos aquele que lhes parecer mais depreciativo. Mas é isso o que dizem, afinal de contas, os fatos???
Mitt Romney teve seu nome sufragado por 48,1% daqueles que foram votar,
contra 50,4% de Obama. Não foi pequeno o risco de se ter, mais uma vez, um
presidente vitorioso nas urnas que, não obstante, perde no colégio eleitoral. A
regra, nos EUA, é o presidente conquistar a reeleição, não o contrário. A
excepcionalidade de Obama, havendo uma, está em tê-lo conseguido com uma das
mais baixas margens da história — apenas 2,3 pontos de vantagem. Do primeiro
ano do século 20 até agora (incluindo-se o segundo mandato do atual
presidente), os republicanos foram governo por 15 mandatos; os democratas, por
14. Considerado só o século passado, o placar é de 13 a 12 a favor dos
primeiros. Neste século, chegarão ao empate: dois a dois. Os democratas ficaram
20 anos no poder (de 1933 a 1952). Seus líderes chegaram a namorar com
tentações fascistoides, mas o regime democrático acabou triunfando. Nas
eleições deste ano, não custa lembrar, os republicanos mantiveram o controle da
Câmara.
Por que, afinal, analistas de lá — dos EUA — e daqui insistem em apontar
o que seria uma derrota histórica do partido (???), havendo mesmo quem
anteveja, santo Deus!, até a sua extinção?
Vamos lá
Embora Obama tenha sido eleito e reeleito segundo as regras vigentes na democracia americana, é visto, por deslumbrados de lá e daqui, não como um procurador daqueles valores, mas como um seu reformador. Em certa medida, algo análogo acontece, no Brasil, com o lulo-petismo. Como a “igualdade e o bem-estar social” (aquilo que a China também promove…) tomaram o lugar da liberdade como valor essencial da democracia e como o presidente é visto como a encarnação desses valores, opor-se a ele fugiria da esfera da luta democrática. Os republicanos, assim, não seriam representantes de uma parcela da população americana — simbolicamente, nesta eleição, a metade! — que discorda de suas medidas, de suas políticas, de suas escolhas! Nada disso! Seriam apenas porta-vozes do atraso, sabotadores, defensores de privilégios, insensíveis sociais que não estariam atentos ao novo momento.
Embora Obama tenha sido eleito e reeleito segundo as regras vigentes na democracia americana, é visto, por deslumbrados de lá e daqui, não como um procurador daqueles valores, mas como um seu reformador. Em certa medida, algo análogo acontece, no Brasil, com o lulo-petismo. Como a “igualdade e o bem-estar social” (aquilo que a China também promove…) tomaram o lugar da liberdade como valor essencial da democracia e como o presidente é visto como a encarnação desses valores, opor-se a ele fugiria da esfera da luta democrática. Os republicanos, assim, não seriam representantes de uma parcela da população americana — simbolicamente, nesta eleição, a metade! — que discorda de suas medidas, de suas políticas, de suas escolhas! Nada disso! Seriam apenas porta-vozes do atraso, sabotadores, defensores de privilégios, insensíveis sociais que não estariam atentos ao novo momento.
Se os EUA se fizeram (e até Obama lembrou isso no discurso da vitória)
articulando suas diferenças e divergências — e falamos de um povo que fez uma
das guerras civis mais cruentas da história —, esse momento da democracia
vigiado por minorias militantes, por alcaides do pensamento e por censores
bem-intencionados excomunga o contraditório. À oposição, assim, não cabe nem
mesmo o papel de vigiar as escolhas de Obama — muito menos de recusá-las. A ela
estaria reservado o silêncio obsequioso, já que o mandato deste presidente não
viria apenas das urnas, mas também dessa espécie de encarnação de utopias
coletivas e igualitárias.
A VEJA.com publicou ontem uma boa síntese do
que escreveram sobre o resultado das eleições alguns jornais americanos. O Wall
Street Journal vislumbra severas dificuldades para os republicanos (com,
reitero, 48,1% dos votos totais!!!) porque o partido teria sido escolhido,
principalmente, pela população branca e mais velha — que está em declínio.
Poderia ter incluído também “os homens”. Assim, este seria o retrato da
“reação” na América: macho, branco e coroa. Newt Gingrich, derrotado por Romney
nas primárias, não perde a chance de embarcar no equívoco. Afirmou que seu
partido enfrenta um “grande desafio institucional”: descobrir como se conectar
com os eleitores das minorias que compõem uma parcela cada vez maior da
sociedade americana. “O Partido Republicano simplesmente tem de aprender a
parecer mais inclusivo para as minorias, particularmente hispânicos.” Repete,
mais ou menos, o juízo asnal de alguns tucanos no Brasil, que estão convictos
de que o PSDB deve disputar o eleitorado cativo do PT… “Ah, mas um dia os
brancos serão minoria, e aí…” Bem, é preciso ver se os descendentes dos
latinos, em 20 ou 30 anos, continuarão seduzidos pela pauta democrata, não é?
Os republicanos construíram, eis a verdade, uma alternativa real de
poder — refiro-me à questão política; no conteúdo, os dois candidatos foram
sofríveis, especialmente nos temas internos. E o fizeram, no que concerne aos
valores, sendo quem são. Os números e a história demonstram que a virtude da
democracia americana, ao contrário do que tenho ouvido por aí, está justamente
na polarização. “Mas os republicanos quase levam os EUA ao calote, Reinaldo!”
Não! Os republicanos se utilizaram de uma garantia constitucional para não
permitir que o Executivo impusesse a sua vontade. Obama foi obrigado a
negociar, e eis aí o homem reeleito.
O New York Times (aquele jornal que aceita anúncio conclamando católicos
a deixar de ser católicos, mas recusa o que conclama muçulmanos a abandonar a
sua religião) foi mais longe. Viu na reeleição de Obama “um repúdio à era
Reagan” no que diz respeito ao corte exagerado dos impostos e às políticas de
“intolerância, medo e desinformação”. Uau! É um triplo salto carpado dialético
e tanto, não sei se já sob a influência de Mark Thompson, ex-chefão da BBC e
contratado para ser o chefão do jornal americano. Na empresa britânica, ele se
tornou célebre por declarar que, por lá, permitia-se zombar de Jesus, mas não
de Maomé. Evoco essas questões laterais porque elas compõem a metafísica de um
tempo. Então vamos ver. Talvez eu não tenha entendido direito o “raciossímio”
do Times. Em 1980, Reagan venceu Carter em 44 estados — o democrata ficou com
apenas 6 (50,7% dos votos a 41%). No Colégio, o placar foi de 489 a 49. E
Carter era presidente! Em 1984, o republicano foi reeleito de forma humilhante
para os democratas: sagrou-se vitorioso em 49 estados (58,8% a 40,6%). Deixou
apenas um para o adversário; no colégio, 525 a 13! O presidente fez o seu
sucessor, Bush pai, que triunfou em 40 estados (426 a 111): 53,37% a 45,65%.
Não obstante, a era Reagan teria sido repudiada agora, e a evidência estaria na
vitória de Obama em apenas 26 estados (contra 24 do adversário), por um placar
com 2,3 pontos de diferença. Clinton venceu em 33 estados na primeira eleição
(1992) e em 32 na segunda (1996). E manteve os fundamentos da economia da era
Reagan. Eis a verdade traduzida em números da afirmação feita pelo jornal.
Que fique claro!
A mim me importam menos as respectivas pautas de cada candidato do que essa cultura de aversão à democracia que vai se espalhando. E que, por óbvio, não nos é estranha. Também entre nós o exercício da oposição, agora que “progressistas” estão no poder, vai se tornando algo malvisto, mero exercício de sabotagem e de oposição àqueles que seriam os interesses do povo. Dou um exemplo evidente: as cotas raciais foram impostas às universidades federais sem nem mesmo debate no Parlamento. A simples crítica à medida é apontada como ódio aos pobres, às minorias, aos oprimidos — todas aquelas tolices fantasiosas que compõem o estoque de agressões dos autoritários.
Os republicanos? Ah, eles tiveram a coragem de enfrentar o tal
“Obamacare”, o que parecia, à primeira vista, suicídio político e, mais uma
vez, obrigaram o governo a negociar. E sabem por que o fizeram? Porque tinham
mandato de seus eleitores para fazê-lo. E agiram dentro das regras
estabelecidas pela democracia americana. “Ah, mas olhe aí o resultado!” Sim,
olho e vejo um partido que era uma real alternativa de poder. E só o era — e
como as emissoras de TV suaram frio desta vez, não é? — porque, em vez de aderir
à pauta do adversário — que, afinal, do adversário é —, fez a sua própria ao
longo dos quatro anos de mandato de Obama. Reitero: não entro no mérito;
talvez, nos EUA, eu apoiasse o plano de saúde de Obama. O ponto não é esse:
estou advogando o direito que tem a oposição de ser contra ele. Se é por bons
ou por maus motivos, isso o processo político evidencia. Chega a espantoso que
muitos cobrem da oposição brasileira coragem para enfrentar o PT, mas adiram
alegremente à satanização dos republicanos porque estes fazem lá — reitero: não
estou tratando de conteúdo — o que a oposição brasileira não aprendeu a fazer
aqui.
Fala-se, finalmente, de um país dividido. É? Melhor do que outro em que
um partido, com pretensões hegemônicas, recorre a expedientes criminosos para
eliminar a oposição. Os “decadentes” republicanos terão, por exemplo, o domínio
da Câmara. Não existem PMDB e PSD nos EUA, aqueles que não são “nem de
esquerda, nem de direita, nem de centro”. Os derrotados do dia anterior não são
os vitoriosos do dia seguinte — ou, para ficar na espécie (como diria Marco
Aurélio), derrotados e vitoriosos num mesmo dia… O que se chama um “país
rachado” é um país que reconhece, ainda!!!, instituições por meio das quais se
articulam essas divergências.
O valor exclusivo da democracia é a liberdade. E a característica
exclusiva da liberdade é poder dizer “não”.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo,
08-11-2012
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