quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os malefícios de um virulento e rastejante molusco

Valmir Azevedo Pereira
Muita gente já ouviu falar na estória do Rei Midas, aquele que transformava em ouro tudo o que tocava.
O que seria uma dádiva para o ambicioso Midas reverteu-se num tremendo castigo, pois o infeliz rei não podia comer, beber água, e nada fazer senão aguentar o peso de suas desmedidas ambições. 
Em nosso caso temos um molusco peçonhento e falastrão, que contamina, infecta, polui e corrompe tudo o que toca, graças à sua capacidade incontrolável de se multiplicar.
Alguns estudiosos especulam sobre o montante dos prejuízos que a sua virulência causou para o País.
Em geral, referem-se aos dados numéricos que levantam uma estimativa dos prejuízos financeiros e patrimoniais, que o desgraçado causou à Nação, por sua ação, influência ou omissão.
Quanto aos danos futuros, nem se arriscam, pois tudo é possível.
Evidentemente, apóiam-se em dados avaliados dos grandes desperdícios, das doações, dos maus negócios, das corrupções e de toda a sorte de danos que a má gestão e os seus interesses têm causado.
São especulações, pois sem bola de cristal não podem saber dos desdobramentos que ações do verme podem e poderão causar.
Quanto aos aspectos morais, nem cogitam dimensionar.
Como exemplo, e muitos outros, que sem dúvida existem, temos o recente caso da “Dra. Rose”.
A operação Porto Seguro, descortinou apenas mais uma contaminação do poderoso verme nativo. Bastou a descoberta do elenco de patifarias que a Gerente do Gabinete da Presidência da República em São Paulo patrocinou para somarmos aos prejuízos já conhecidos mais um leque de patifarias.
Ao levantar a tampa da panela, descobrimos como eles podem tudo. São gritantes as maracutaias realizadas para que o Dr. Paulo Rodrigues Vieira, Diretor de Hidrologia da ANA (Agência Nacional de Águas), fosse guindado ao cargo graças a uma forte pressão do molusco e a uma manobra patrocinada por José Sarney.
Tudo com a flagrante omissão ou com o aval do Congresso Nacional.
Tivemos uma pálida ideia de como atingir um fim com qualquer meio. É assim que vivemos, quando possível ou impossível, eles alcançam os seus objetivos, doa a quem doer.
Mas, certamente, como a “Dra. Rose”, tivemos o Dirceu, teremos o Haddad, e sabe-se lá quantos mais, muitos a descobrir, e muitos que nunca serão descobertos.
Abordamos apenas os prejuízos financeiros, nem tocamos na devastação da moral, dos valores e da cidadania.
O montante dos malefícios que o Brasil herdará como adepto de um verme nunca será dimensionado, e muitas décadas deverão decorrer para que aquelas terríveis contaminações possam ser apagadas de nossa memória.
Como e quando será possível recuperar tamanho dano? Provavelmente, nunca.
No Brasil, ao contrário dos demais países, nunca tivemos as cruentas lutas internas ou mesmo sofremos as devastadoras invasões de outros países.
Assim, nestes aspectos, os nacionais nunca vivenciaram as devastações, as grandes pragas, a mortandade em massa, mas ao que parece, ao invés de guerras, de sangrentas revoluções, a desdita nacional foi ser o berço de um debochado crápula e de sua famigerada quadrilha.
O verme é o nosso castigo, durante quanto tempo, nunca saberemos, pois mesmo depois de sua extinção os seus malefícios deverão perdurar por décadas, quiçá por séculos.
Infelizmente, nosso futuro será incerto enquanto servirmos de pasto para a sanguessuga e a sua “cumpanherada”.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília (DF), 29-11-2012

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