Maurício Barra
Após não ter dado em nada a
vaga da “explosão social” e do “derrube do Governo” que o BE, o PC e Mário
Soares (este acompanhado por alguns socialistas sempre prontos para “revisões”
da democracia) alimentaram nos últimos meses, com o inefável apoio das
primeiras páginas do Público, semana sim semana não com as “dúvidas” do
Expresso, e com a catarse de alguns jornalistas e comentadores da SICN, RTPN e
da Constança da TVI24, o país está finalmente a cair em si e repara que afinal
vivemos numa democracia, e que os governos são resultado de eleições em que
cada pessoa tem um voto, e que é completamente irresponsável deitar abaixo um
governo legítimo com manifestações e acções de agitação e propaganda.
O país, que também ainda está
a digerir a desilusão de que o actual Governo afinal comete erros de palmatória
(TSU) e tem flancos que o enfraquecem (affaire Relvas), começa a perceber que,
mesmo assim, na actual situação económica, Passos Coelho e Vítor Gaspar são o
que melhor há para tirar o país da bancarrota em que o meteram.
Porque a alternativa nem
sequer está desacreditada, não existe.
O PS, que pensa exclusivamente
nas eleições autárquicas do próximo ano, e não quer assumir que tem de
defrontar os seus fantasmas esquerdistas para apresentar uma solução de governo
exequível no quadro do Euro e da União Europeia, está a fazer o velho jogo dos
velhacos, um hábito político cá do burgo que sempre se renova desde os Velhos
do Restelo. Sabe que o que está a ser feito para cumprir o programa de
ajustamento não tem alternativa, mas o Governo que se lixe, aguente-se sozinho,
porque os portugueses acabam por esquecer-se de quem o colocou nesta situação.
Não vão esquecer-se.
Agora que chegou a meio a
provação de cumprimento do acordo de ajustamento, e que começam a ter contornos
definidos os futuros programas de “crescimento “ do investimento e criação de
emprego, as “bocas” semanais de AJSeguro, rodeado de umas bandeirinhas
ululantes, vão rapidamente começar a perder sentido porque, mais cedo do que
mais tarde, vai ter de assumir as suas responsabilidades de partido democrático
constituinte do arco governamental.
Ou não.
Se continua a querer mais
despesa pública e mais impostos, vai perceber que isto de ser cigarra em tempo
de formigas paga-se caro.
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