terça-feira, 20 de novembro de 2012

Trocando figurinhas: a imprensa portuguesa e outros cromos...

Francisco Vianna e Jim Pereira

É isso aí, Jim...
Dei uma lida na matéria sobre o editorial do jornal angolano descendo o porrete na impresa portuguesa.
Vou dar uma estudada melhor, porque desconheço muitas particularidades que o editor africano usou como argumentos.
Em princípio, desconfio (pelo menos na América "latrina") de jornais que defendem seus governos e tenho um porre de razões para tal.
Em todo caso, como dizem os filósofos de botequim no Rio de Janeiro, "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa"...
Gostaria de ler um pequeno comentário teu sobre o assunto...
Boa noite.
Francisco Vianna

Amigão,
Vou ser como o filósofo de botequim, carioca por supuesto, e plagiar um tal de Chou En-lai: não importa a cor do gato desde que ele coma ratos.
Noutras palavras, tenho severas reservas quanto ao regime que atualmente governa Angola. Digo muitas vezes, em casa dos meus pais, que lá estiveram durante uns anitos (eu também) que Angola é, por enquanto, um feudo da família "dos Santos" e de alguns generais... (não esqueçamos os genes marxistas-leninistas que carrega na medula o MPLA).
Mas, neste tema explícito, me abstraindo da agenda ideológica do editorialista do Jornal de Angola, considerando que ele tenha alguma, é fato que ele esviscerou a imprensa portuguesa. E isso me agradou sobremaneira. Olhe só um recentíssimo exemplo da imprensa portuguesa: "Emigrantes portugueses estão a desistir do país". Eu mesmo tenho dupla nacionalidade e aposto milhares de euros que, por exemplo, 90% de portugueses que emigraram para o Brasil não tenham, agora, também a nacionalidade brasileira!?
Portanto, quanto aos jornalistas, comentadores, opinadores, deste lado da lagoa, são mesmo uns FDP, não têm nenhuma vergonha em desrespeitar quaquer ética, o objetivo está na cara!
É isso!
Grande abraço./-
Jim

Jim,
Exatamente o que pensei que me dirias... Sem tirar nem pôr.
A grande mídia de um país reflete a mentalidade reinante. Portugal se tornou um condado de pagamentos de benesses e subsídios, dentro da mais corriqueira mentalidade socialista, e isso também existia na época do fascimo salazarista, pois o fascismo não deixa de ser também mais uma forma de socialismo... Aqui, no Brasil, a "grande mídia", agora só fala no julgamento do ex-goleiro Bruno. Pronto! Ninguém mais fala no julgamento do "mensalão", e numa fase de suma importância, que é a de fixação de penas a serem cumpridas pela bandidagem de colarinho branco.
Mas, como se diz, o socialismo acaba, quando termina o dinheiro... DOS OUTROS.
E agora, os portugueses vão ter que repensar o seu estilo de vida e voltar a pegar firme no batente. Podem aproveitar o marcante empreendedorismo do brasileiro - único fator nesse país responsável por não termos ainda nos tornado uma nação totalmente socialista - e construir um Portugal pujante e produtivo, mesmo com uma economia pequena em relação às maiores do mundo de hoje. O importante não é o tamanho da economia, mas a sua qualidade, produtividade e produção de capital e emprego.
Assim como os britânicos criaram uma 'British Commonwealth', Brasil, Portugal e as demais nações lusófonas, bem que poderiam criar uma COMUNIDADE DE NAÇÕES DE LÍNGUA E CULTURA PROTUGUESA... Um bloco que, na minha opinião, traria uma grande força de crescimento para todos.
Vamos em frente, que atrás vem gente.
Francisco Vianna

Oi, Francisco,
Sim, o socialismo acaba quando acaba o dinheiro… dos outros. E os culpados da irresponsabilidade esbanjadora são… os outros. Como são os outros que são obrigados a pagar a grande festa. E eles, os socialistas vão afinando o assobio e refinando o veneno.
(Veja, por exemplo, o veneno de hoje deste socialista candidato derrotado duas vezes à presidência da República)
Sabe, Francisco, não sei se o (grande) problema de Portugal é, às vezes, eleger governantes socialistas, não sei… tenho uma quase nítida impressão que este Partido Socialista é de esquerda quando está na oposição, e de centro, ou de direita, quando está no governo…
O grande problema de Portugal, ou de muitos portugueses, é, justamente o quarto poder, o da mídia, comprometida e engajada até à ponta dos cabelos numa agenda francamente destruidora. O objetivo é destruir a “direita”. Eu disse destruir, nada a ver com combater politicamente.
Dei uma olhada nas manchetes dos jornais de hoje e realmente é de chorar!
Como você bem disse, Portugal é um condado de “pagamentos de benesses e subsídios”. O país tornou-se uma grande vaca leiteira onde todos mamam e NINGUÉM quer pagar p… nenhuma! Acontece que todo esse leite não foi, não é produzido em Portugal, e NINGUÉM quer trabalhar para produzir o leite, e NINGUÉM concorda com a dimuição da mamada diária… é complicado, muito complicado!
Enquanto isso a Comunicação Social corre atrás de toda e qualquer cobra que queira falar mal do Governo e/ou do país.
Veja o que inocula hoje a maior (cobra) de todas elas: “Mário Soares: o que espera o governo para se demitir?
Li também Carvalho Silva falar mais uma diatribe, sorvida, claro, pela Comunicação Social. Carvalho Silva legitima as pedradas do último dia 14 de novembro, dia da greve geral comunista. E quem é tão notável personagem? Foi secretário-geral da CGTP (departamento sindical do Partido Comunista Português) por mais de 20 anos. Entretanto licenciou-se, acho que em Sociologia, e hoje é “investigador” do Centro de Estudos Sociais da Universidade (pública) de Coimbra. Fazem-lhe companhia outras figuras carimbadas da esquerda, como José Manuel Pureza, do Bloco de Esquerda. O que lá “investigam” sustentados pelo dinheiro público? É phoda, Francisco!
É isso, Francisco, para onde você se virar encontrará esses personagens com o intuito que conhecemos. Eles estão em toda a parte, entranhados na redação dos jornais e televisões, como comentadores, como “investigadores”, como “historiadores”, uns mais disfarçados do que os outros. Eu adquiri um hábito engraçado: quando leio ou ouço uma “opinião” de que desconfie a causa lá vou eu pesquisar na net qual é a dele… e quase sempre constato que o meu faro dificilmente erra na origem e intenção daquela “isenta” opinião…
Quanto ao Brasil, concordo com você quando se refere ao “empreendedorismo do brasileiro”. Digo há muitos anos que o Brasil, graças e por causa da sua iniciativa privada, pode se dar ao luxo de ser governado em Brasília por esquerdeiros de qualquer espécie. Um país com 200 milhões de habitantes querendo trabalhar e consumir c… e anda para Brasília. E o brasileiro, até quanto eu pude perceber, ainda não adquiriu a mentalidade de coitadinho e de adicto do Estado. Mesmo com as bolsas-famílias, com a choradeira de alguns que vivem nas favelas, acho que ainda não. Oxalá continue assim! Pois só o trabalho, ou melhor, a vontade de trabalhar, realizar, de crescer e ir em frente é que produz a riqueza individual e coletiva. Essa sim, sustentada.
Grande abraço./-
Jim

PS: Você acredita que em Portugal, no dia 1º de maio de 2012, uma cadeia de supermercados, Pingo Doce, fez uma promoção agressiva: 50% de desconto desde que o total das compras ultrapassasse o valor de 100 euros, isto é, por exemplo, um valor de 120 euros, o cliente pagou 60 euros. Você acredita, dizia eu, que milhões de portugueses foram contra tal "aviltamento" e "vergonha"...??

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