sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Venezuela em queda livre para o fundo do poço socialista

Francisco Vianna
Analistas políticos e econômicos prognosticam uma forte desvalorização do bolívar e um forte corte de gastos públicos no país.
Diversos analistas consultados advertem que o déficit fiscal no petrolífero vizinho do norte já chegou a um nível tal que, o reeleito presidente Hugo Chávez não terá alternativa senão a de promulgar um pacote de ajuste fiscal, mesmo que isso agrave o crescimento econômico da nação, que já é negativo por dois anos consecutivos. Tal pacote, uma ducha de água fria em quem votou nele, teria como base uma maxidesvalorização da moeda venezuelana, o bolívar, e um corte radical das despesas e investimentos públicos.

Na foto, um indigente de 37 anos de idade, dorme sobre uma camada de papelão improvisada de cama, em plena rua de Caracas no dia seguinte à eleição por si só explicando o que ocorre no país e o que foi escrito na parede.
A verdade é que, com todo o petróleo que tem, o país nas mãos do “socialismo del siglo XXI” não consegue dinheiro suficiente para sovietizar o país como deseja seu presidente e seus próceres.
E tudo depois de alimentar por algum tempo uma falsa sensação de prosperidade, tendo em vista as eleições de 7 de outubro último, quando, na verdade, o PIB venezuelano está previsto cair 20 pontos percentuais nesse ano.
A inflação real no país já anda pelos píncaros de 30 por cento e a escassez de gêneros de primeira necessitada se torna cada vez mais visível nas gôndolas dos supermercados. A atividade empresarial privada caiu a níveis próximos de zero e quem tinha algum capital no país, o levou para o exterior.
Assim, como soe acontecer com as promessas populistas e demagógicas, o “projeto Missão Moradias”, da “revolução bolivariana” terá que ser postergado para uma data futura e incerta. 

Presidente Hugo Chávez e seu novo vice-presidente, Nicolas Maduro
Segundo o professor Ricardo Villasmil da Faculdade de Economia da Universidade Católica Andrés Bello e do Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA), “o governo apresenta um ‘gasto público’ que cresceu desproporcionalmente em razão da “campanha eleitoral”, toda ela financiada com dinheiro público, num nível de despesa que é impossível de ser mantido no tempo e, para que o déficit público se torne, pelo menos, financiável, o Palácio Miraflores terá que reduzi-lo de forma drástica através de uma maxidesvalorização da sua moeda e do corte radical de gastos públicos”.
Chávez, que foi reeleito para mais seis anos de governo, já vinha empurrando com a barriga um enorme déficit fiscal desde o ano anterior (2011) e esse déficit cresceu dramaticamente no semestre que antecedeu as eleições, tendo, segundo empresas internacionais que acompanham a economia do país, atingido o patamar de quase 20 por cento do PIB.
Apesar de alguns economistas terem atribuído esse aumento incrível do déficit público à sensação de bonança que Chávez quis incutir no eleitorado – quando na realidade não havia bonança alguma – fazendo uma prestidigitação eleitoreira de que tudo estava bem com o socialismo do século XXI, tal discrepância não pode ser apenas atribuída a esses gastos populistas e demagógicos do regime chavezista, mas em grande parte pelo crescimento da fortuna pessoal já “amealhada” em locais seguros (com toda a segurança capitalista) no exterior, que o transformou num dos homens mais ricos do mundo na atualidade. 
Agora que a reeleição foi conquistada a peso de ouro, a insustentabilidade do déficit público será resolvida com medidas de “austeridade econômica liberal” – às quais os comunistas adoram recorrer quando a coisa começa a ‘ficar preta’ para o lado deles – medidas essas que acentuarão ainda mais o processo de empobrecimento progressivo a que se submete o povo venezuelano desde que o tenente-coronel assumiu as rédeas da nação.
A descida da ladeira será tão árdua quanto a que está afetando a Argentina, outrora uma promissora economia capitalista de mercado...
A Venezuela está cada vez mais parecida com Cuba, a paupérrima ilha caribenha onde Hugo Chávez e um grande número de comunistas sul-americanos foram buscar seu fundamentalismo político e econômico.
Título e Texto: Francisco Vianna, 01-11-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-