quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Senhora Presidente está fazendo um bom governo?

Peter Rosenfeld

Foto: Antonio Cruz/ABr
Estamos praticamente terminando a primeira metade do Governo da Presidente Rousseff. Cabe, então, perguntar: a Senhora Presidente está fazendo um bom governo? Lamento constatar que a resposta é negativa!
Que me ocorra de imediato, o único ato positivo, correto em todos os sentidos, foi sua recente decisão sobre o tratamento a dar aos “royalties” do petróleo: nos contratos já existentes (e existentes há muito tempo, não se muda nada). Nos novos, que vierem a ser assinados, a divisão observará o novo sistema de partilha.
A pretensão dos Estados não produtores, de que todos os contratos passassem a ser tratados de acordo com a nova lei, que altera radicalmente o sistema, era e é um absurdo, uma aberração.
Meus sinceros parabéns à Sra. Rousseff pela decisão tomada; os estados que queriam ver uma mudança geral devem estar umas feras; mas eles não tinham nem têm razão.
Pensando bem, a Sra. Rousseff teve alguns outros atos positivos, a saber:
Com uma exceção, nomeou para o STF pessoas idôneas, capazes, conhecedoras profundas do direito, com uma exceção, que foi uma falha clamorosa! Penso não ser necessário mencionar qual a exceção! O Sr. Toffoli não tem sequer condições de ser juiz de primeira instância, o que demonstrou ao ser reprovado em dois concursos. E é nomeado, assim nem mais nem menos, para o STF? Isso jamais deveria ter acontecido.
Para ficar em um passado recente, outro ato elogiável da Sra. Rousseff foi demitir a agora famosa ex-chefe do escritório presidencial em São Paulo, juntamente com seus cupinchas, os irmãos Vieira!
Tenho para mim que, com esse episódio, a Sra. Rousseff nada mais deve ao Sr. da Silva e faria muito bem em se afastar dele.
Já se viu que, se há algo que o Sr. da Silva não tem, é um bom caráter. Muito antes pelo contrário.
Provavelmente não esteja contanto nada de novo para a Sra. Rousseff, que teve que conviver com os ministros impostos pelo Sr. da Silva por algum tempo, até ejetá-los quando da “faxina”, que infelizmente foi limitada.
Parece-me o momento certo de perguntar: e os PACs I e II? Foram abandonados (o que seria compreensível, pois eram inviáveis e a Sra. Rousseff não era a “gerentona” que se pensava que era?)
Mas, não é só isso. A Sra. Rousseff está agora a colher os frutos podres da Presidência do Sr. da Silva, apesar de haver compartilhado muito com seu então chefe.
A Petrobrás está em uma posição delicada, tendo que importar milhões de barris de petróleo diariamente; mas não só petróleo. Estamos importando etanol de milho dos Estados Unidos, em enormes quantidades. E onde ficou a nossa produção desse combustível? Será que toda a cana está se destinando a produzir açúcar, por esse estar com um preço muito bom e o do etanol estar no poço das almas? Isso nunca tinha acontecido em todos esses anos passados!
Essas importações de combustíveis, adicionadas a outros fatores internos, estão colocando os resultados da empresa em níveis baixos, nunca antes ocorridos.
Com toda a propaganda mentirosa dos Srs. da Silva e Gabrieli, a Sra. Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da Empresa, parece nada ter feito para acabar com as mentiras; ao contrário, participava de todos e da cada oba-oba, patrocinado por seu então chefe.
Agora, há que aguentar o rojão.
A propósito, tomo a liberdade de perguntar: e a refinaria de Pernambuco, que deveria ser uma joint venture do Brasil e da Venezuela? O país do Sr. Chávez já aportou qualquer centavo para esse empreendimento? Ou estamos recebendo petróleo de graça por conta da dívida daquele país?
Apesar de achar nosso ministro de Relações Exteriores, Sr. Patriota, muito simpático pessoalmente, não posso deixar de criticar nossa política nessa pasta.
O governo argentino, com a Sra. Kirchner à frente, tem feito gato e sapato de nossas relações comerciais, não dando a menor bola aos acordos existentes. Já perderam, nossas empresas, não poucos milhões de dólares com isso. Mas a Sra. Rousseff anda aos beijinhos com a presidente da Argentina. Aliás, a recente viagem a Buenos Aires para dar uma força à colega argentina não deveria ter acontecido!
A atitude do Brasil com o Paraguai, que de forma legítima, constitucional, sem afrontar qualquer lei ou a Constituição do País, depôs o corrupto Sr. Lugo, foi totalmente errada e descabida.
Tão descabida e errada quanto o asilo que concedemos ao Presidente de Honduras, Sr. Manoel Zelaia, quando quis dar um golpe e se tornar o primeiro, único e exclusivo presidente do país; transformou nossa Embaixada em um bordel! Mas da dupla Srs. da Silva e Amorim, nada de bom se poderia esperar.
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 06 de dezembro de 2012

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